Economia e política sempre estiveram coladas no Brasil. E em São Gonçalo, não é diferente. Quando a economia está boa ou ruim, nossa tendência é culpar ou dar créditos aos políticos pela eficiência ou não do Estado.

Para a nossa atual realidade, nada fora do normal. Num país onde tudo gira em torno do estado, nem as ótimas aposentadorias ou crescimento de grandes empresas escapam da intervenção estatal.

2017, um ano de mudanças silenciosas

Depois do tsunami de junho de 2013, todo o barulho causado pela onda de mudanças se esvaiu. A real é que as pessoas cansaram. Afinal, depois de tantas catarses coletivas, é preciso voltar o olhar para nossas próprias vidas.

Entretanto, esse ano corrente está sendo um período de surpresas.

Com reforma trabalhista em curso de aprovação, mudanças nas políticas do BNDES – com revisão do apoio irrestrito às grandes empresas – retorno do Comperj, crescimento dos empreendedores por necessidade e dos pequenos negócios, o perfil das cidades médias brasileiras tende a se alterar.

E, consequentemente, dos eleitores também.

Nova política não existe

Muito provavelmente, você que está lendo deve achar que esse papo da “nova política” está gasto. E é verdade, está.

O jeito de fazer política nunca mudará. O ser humano só faz o que é bom para si próprio. Até mesmo quem se doa para trabalhar para os outros, só o faz porque sente prazer nisso.

Tenho a impressão de que o comportamento do consumidor atual, que deseja saber mais sobre o produto, cobrando mais qualidade e com mais valores comparativos, esteja se refletindo no eleitor.

Os novos eleitores estão chegando e serão obrigados a tomar uma decisão

Os novos eleitores ainda anulam seus votos. Olham tudo com desconfiança e acham que não precisam do estado para nada.

Outra parte deles, por desconhecimento, diz acreditar em ideologias ditas de “esquerda” ou “direita”. Na verdade, boa parte deles não sabe muito o que isso significa.

Alguns acreditam em candidatos que sempre viveram às custas das forças armadas ou do estado falando que são direita. Outros acreditam em candidatos populistas de esquerda que beneficiam desproporcionalmente grandes empresas do “livre mercado”.

Porém, com leis trabalhistas diferentes, escassez do emprego formal, “Pejotização”, estado com menos dinheiro e empreendedorismo tornando-se porta de saída, rarefação dos concursos públicos e aumento nos contratos CLT com o estado (olha as OS), eles terão de tomar uma decisão.

E não vai restar espaço para a omissão.

Muitos dos novos eleitores ainda estão na faculdade e ensino médio. Outros já estão trabalhando ou tentando trabalhar. Alguns ainda não tem filhos. Outros já tem 1 ou 2 crianças para alimentar.

Não é difícil encontrá-los. Só não é fácil reuni-los.

Eles não precisam de uma nova política. Aliás, eles sabem fazer política como poucos. Também não precisam ser políticos. Só precisam se encontrar para verem que o assistencialismo que mantém os votos dos políticos de sempre pode ser quebrado.

Os novos eleitores ainda não estão prontos. É um processo. Eles mal sentiram os efeitos desse 2017 sobre suas vidas. Mas acredite, nada será como antes.

Foto de capa: Fernando Bittencourt

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