Fora Dilma! Fora Cunha! Fora Temer! Diversas cidades do país foram palco nos últimos meses de grandes manifestações envolvendo os três gritos de ordem citados. Infelizmente, nossa cidade não foi protagonista em nenhum desses movimentos políticos. Os poucos atos com a coragem de ocupar nossas ruas tem sido pontuais em torno de reivindicações trabalhistas [em suma, falta de pagamento da prefeitura] liderados pelos sindicatos.

As últimas manifestações de grandes proporções em nossa cidade foram há 3 anos, dentro do contexto de Junho de 2013, onde manifestações multitudinárias tomaram o país. Em São Gonçalo, 10 mil pessoas tomaram as ruas do Centro contra o aumento das passagens que estava sendo promovido pela Prefeitura. No primeiro ano de governo, Mulim teve na sua conta a maior manifestação da cidade, principalmente por causa do seu estelionato eleitoral em relação a redução da passagem.

Pessoas no ponto aguardando o ônibus. Foto: Ricardo Rigel / Jornal Extra.
Pessoas no ponto aguardando o ônibus. Foto: Ricardo Rigel / Jornal Extra.

Contudo, não podemos caracterizar a população gonçalense como apática ou indiferente ao regime de exploração que são colocados diariamente desde a falta de empregabilidade na cidade até a falta de linhas de ônibus noturnos para a volta do trabalho ou lazer. Tudo está intimamente ligado com a falta de ligação do cidadão com a cidade. O desconhecimento quase total de nossa história, a falta de espaços públicos gratuitos para ocupação nos dias de folga, a falta de locais de estudo/trabalho no município, enfim. Todos esses fatores [e outros mais] indicam uma cidadania exercida de maneira limitada por nossa parte.

Devido também aos fatores mencionados acima, grande parte dos militantes [no sentido estreito da palavra] gonçalenses somam forças em outras cidades como Rio e Niterói. Como trabalham e/ou estudam nesses locais, essas figuras importantes apenas “permanecem onde estão” na hora de mobilizar/serem mobilizados. O mais importante aqui não é criminalizá-los ou excluí-los por isso, mas provocá-los no sentido de se doarem também para o território onde foram criados.

Precisamos nos mobilizar em torno da cidade. Da nossa cidade. Do direito à nossa cidade. Como moradores e parte da história de São Gonçalo temos de ter o direito à usufruir do nosso território. Temos o direito de trabalhar em nosso município. Temos o direito de estudar em uma universidade pública [mesmo não querendo ser professor]. O direito à utilizar espaços públicos gratuitos e de qualidade, sem grades ou muros. O direito à mobilidade, podendo ir e voltar de casa a qualquer hora da madrugada, sem se preocupar em perder o “último ônibus”. Enfim. O direito à nossa cidade.

É urgente um movimento amplo neste sentido, pois não será Nanci ou Dejorge que garantirá os nossos direitos fundamentais em torno do território. A cidade é nossa e temos direito à ela.

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