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Quem são os gonçalenses que babam ovo das eleições cariocas?

Quem são os gonçalenses que babam ovo das eleições cariocas?

Se você é um baba ovo das eleições cariocas, receba esse texto como uma ofensa objetiva, clara e bem direta para você. De maneira geral, você é uma pessoa que se acha tão politizada ao ponto de ignorar a eleição da sua própria cidade, como se as eleições locais fossem muito pouco para a sua inteligência.

Não duvido da sua inteligência, mas você usa sua inteligência a serviço de quê? Você é a pessoa que paga pau dos candidatos cariocas e desconhece os candidatos da sua própria cidade. Você é a pessoa que fica indo em manifestação na Presidente Vargas e nunca fez uma reivindicação na sua própria morada.

Você é co-responsável pelo fato da nossa cidade ter a pior câmara de vereadores dos últimos 30 anos.

Não adianta ficar gritando #ForaTemer ou #ForaDilma através da projeção das candidaturas cariocas, se no seu município você não sabe nem que é a Vice-Prefeita. É preciso reconhecer sim que a eleição do Rio é muito importante para nossa região metropolitana. Mas não podemos abrir mão da nossa cidade pra bater palma pra carioca.
Fazendo uma analogia simples, te pergunto:

Quando você vai sair com seus amigos cariocas, quem se desloca? São seus amigos que vem pra São Gonçalo ou é você que vai para o Rio de Janeiro?

Eu sei qual a resposta. E sabe por que isso se dá? Porque somos colonizados por essa cidade chamada Rio de Janeiro. Isso reflete na política, isso reflete no nosso cotidiano, na nossa economia. Tu precisa se ligar nisso!

Imagino que seja lindo acompanhar os debates dos Prefeitáveis do Rio e ficar lamentando que na nossa cidade os debates não são bons. Já parou para pensar que São Gonçalo tem 126 anos, enquanto o Rio tem 450 anos? É óbvio que a organização da política local vai estar mais desenvolvida, mais consolidada e, naturalmente, os debates serão mais qualificados. Os caras estão debatendo se a Olimpíada deixa legado ou não. E a gente ainda debate se existe mapa de ruas asfaltadas ou não. Sacou a diferença?

A gente precisa cuidar da nossa cidade e, ao mesmo tempo, fazer com que gradativamente o Rio de Janeiro necessite de nós. Fomos nós que construímos aquela cidade. A mão de obra barata que está nos bancos, nas construções e no dia a dia da cidade é majoritariamente de São Gonçalo e Baixada Fluminense. Não podemos falar que São Gonçalo fica a tantos minutos do Rio. Temos que falar que o Rio fica a tantos minutos de São Gonçalo.

Nossa centralidade política precisa ser nossa cidade. Saia do seu mundo de “Freixo”. Sai do seu mundo de “Jandira”. Saia do seu mundo de “Crivela”. Saia do seu mundo de “Osório” e venha para a sua cidade. Esses caras estão NEM AÍ pra São Gonçalo. E você ainda os apóia.

Não seja sua cidade a partir da janela do Coesa, enquanto tira selfie da Ponte Rio-Niterói. Discuta o lugar que você mora. Caso contrário, Eduardo Gordo continuará fazendo isso por você.

Romário Régis
Romário Régishttp://agenciapapagoiaba.com/
Romario Regis é diretor da agência Papagoiaba, dedicada à produção e comunicação de conteúdo que dê visibilidade para as potências socioculturais do Leste Fluminense.

Se você é um baba ovo das eleições cariocas, receba esse texto como uma ofensa objetiva, clara e bem direta para você. De maneira geral, você é uma pessoa que se acha tão politizada ao ponto de ignorar a eleição da sua própria cidade, como se as eleições locais fossem muito pouco para a sua inteligência.

Não duvido da sua inteligência, mas você usa sua inteligência a serviço de quê? Você é a pessoa que paga pau dos candidatos cariocas e desconhece os candidatos da sua própria cidade. Você é a pessoa que fica indo em manifestação na Presidente Vargas e nunca fez uma reivindicação na sua própria morada.

Você é co-responsável pelo fato da nossa cidade ter a pior câmara de vereadores dos últimos 30 anos.

Não adianta ficar gritando #ForaTemer ou #ForaDilma através da projeção das candidaturas cariocas, se no seu município você não sabe nem que é a Vice-Prefeita. É preciso reconhecer sim que a eleição do Rio é muito importante para nossa região metropolitana. Mas não podemos abrir mão da nossa cidade pra bater palma pra carioca.
Fazendo uma analogia simples, te pergunto:

Quando você vai sair com seus amigos cariocas, quem se desloca? São seus amigos que vem pra São Gonçalo ou é você que vai para o Rio de Janeiro?

Eu sei qual a resposta. E sabe por que isso se dá? Porque somos colonizados por essa cidade chamada Rio de Janeiro. Isso reflete na política, isso reflete no nosso cotidiano, na nossa economia. Tu precisa se ligar nisso!

Imagino que seja lindo acompanhar os debates dos Prefeitáveis do Rio e ficar lamentando que na nossa cidade os debates não são bons. Já parou para pensar que São Gonçalo tem 126 anos, enquanto o Rio tem 450 anos? É óbvio que a organização da política local vai estar mais desenvolvida, mais consolidada e, naturalmente, os debates serão mais qualificados. Os caras estão debatendo se a Olimpíada deixa legado ou não. E a gente ainda debate se existe mapa de ruas asfaltadas ou não. Sacou a diferença?

A gente precisa cuidar da nossa cidade e, ao mesmo tempo, fazer com que gradativamente o Rio de Janeiro necessite de nós. Fomos nós que construímos aquela cidade. A mão de obra barata que está nos bancos, nas construções e no dia a dia da cidade é majoritariamente de São Gonçalo e Baixada Fluminense. Não podemos falar que São Gonçalo fica a tantos minutos do Rio. Temos que falar que o Rio fica a tantos minutos de São Gonçalo.

Nossa centralidade política precisa ser nossa cidade. Saia do seu mundo de “Freixo”. Sai do seu mundo de “Jandira”. Saia do seu mundo de “Crivela”. Saia do seu mundo de “Osório” e venha para a sua cidade. Esses caras estão NEM AÍ pra São Gonçalo. E você ainda os apóia.

Não seja sua cidade a partir da janela do Coesa, enquanto tira selfie da Ponte Rio-Niterói. Discuta o lugar que você mora. Caso contrário, Eduardo Gordo continuará fazendo isso por você.

Romário Régis
Romário Régishttp://agenciapapagoiaba.com/
Romario Regis é diretor da agência Papagoiaba, dedicada à produção e comunicação de conteúdo que dê visibilidade para as potências socioculturais do Leste Fluminense.

2 COMENTÁRIOS

  1. Pertinente seu comentário. Porém há outras vertentes a se considerar, já que o debate é sempre sudável. Nasci e cresci em São Gonçalo, mas como muitos gonçalenses me graduei e todas as oportunidades de trabalho surgiram no Rio, para onde me mudei aos 28 anos e permaneci por 8 anos. E para onde também fiz a transferência de meu domicílio eleitoral por questões não somente práticas, mas porque também me tornei, por concurso, funcionário da Prefeitura do Rio de Janeiro. Nesses oito anos mantive relativamente pouco contato com o dia a dia de São Gonçalo, mas sempre procurei acompanhar, tenha sido pelos jornais, blogs ou conversas com amigos como andava o desenvolvimento da cidade (os anos tenebrosos de Panisset, a empolgação com o Comperj e os desdobramentos que traria para a cidade, a tão sonhada linha 3 do metrô, etc). Enfim, apesar da distância não cortei de todo minha ligação com a cidade, até por questões emotivas mesmo. Após oito anos, por questões pessoais, retornei à cidade, embora permaneça trabalhando no Rio. Voltei à conhecida “sofrência” de ter de atravessar a Ponte diariamente e nos gastos intermináveis de horas nesse deslocamento que tantos daqui sabem como é. Mas foi impactante notar nessa volta como a cidade mudou pouco. Na verdade permanecia imersa nos mesmos problemas de sempre. Claro que em oito anos apenas não poderia esperar uma mudança tão grande, mas foi chocante, por exemplo, constatar que uma questão básica como a coleta de lixo permanecia na mesma. E politicamente, que é o ponto aqui, também: a mesma falta de renovação, o pensamento mesquinho e apequenado dos políticos. Claro, concordo com você quando diz que não dá para comparar os anos de fundação que o Rio tem com os de São Gonçalo. Mas amigos, parece que ficamos a milhares de quilômetros do Rio quando na verdade estamos a pouco mais de duas dezenas. Como podemos viver realidades tão divergentes? Social e politicamente. Como não conseguimos absorver, nem que tenha sido um pouco, do desenvolvimento urbano, da qualidade de vida? Não precisamos nem comparar com o Rio. Niterói está aqui ao lado para nos dar esse choque de realidade. Não nos iludamos: maus políticos existem e são maioria em todos os municípios. O Rio não é exceção. Concordo que não devemos nos subjugar ao que vem de lá, mas por que não aprender com o que há de bom? Por que não aspirar o melhor para nosso município? Claro que a população também tem que amadurecer. Temos cabeças pensantes aqui, temos universidade, faculdades, uma elite (intelectual, ao menos) se formando. Onde estão essas pessoas para ajudar a redefinir os rumos da cidade? Com certeza não são os que se apresentaram nesse último pleito. Talvez esteja aí o nosso ponto de partida.

  2. Uma coisa não exclui a outra, é possível fechar com o Freixo e também acompanhar a eleição na própria cidade. Estou em SC e fecho com Freixo, a vitória dele tem um enorme significado, de vitória contra uma corja de poderosos sanguessugas, de alguém que tem coragem de enfrentar os problemas reais dos mais pobres. É muito além de uma questão de “baba-ovo”. Quem fecha com o Freixo não está automaticamente alheio ao que acontece na sua cidade.

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  1. Pertinente seu comentário. Porém há outras vertentes a se considerar, já que o debate é sempre sudável. Nasci e cresci em São Gonçalo, mas como muitos gonçalenses me graduei e todas as oportunidades de trabalho surgiram no Rio, para onde me mudei aos 28 anos e permaneci por 8 anos. E para onde também fiz a transferência de meu domicílio eleitoral por questões não somente práticas, mas porque também me tornei, por concurso, funcionário da Prefeitura do Rio de Janeiro. Nesses oito anos mantive relativamente pouco contato com o dia a dia de São Gonçalo, mas sempre procurei acompanhar, tenha sido pelos jornais, blogs ou conversas com amigos como andava o desenvolvimento da cidade (os anos tenebrosos de Panisset, a empolgação com o Comperj e os desdobramentos que traria para a cidade, a tão sonhada linha 3 do metrô, etc). Enfim, apesar da distância não cortei de todo minha ligação com a cidade, até por questões emotivas mesmo. Após oito anos, por questões pessoais, retornei à cidade, embora permaneça trabalhando no Rio. Voltei à conhecida “sofrência” de ter de atravessar a Ponte diariamente e nos gastos intermináveis de horas nesse deslocamento que tantos daqui sabem como é. Mas foi impactante notar nessa volta como a cidade mudou pouco. Na verdade permanecia imersa nos mesmos problemas de sempre. Claro que em oito anos apenas não poderia esperar uma mudança tão grande, mas foi chocante, por exemplo, constatar que uma questão básica como a coleta de lixo permanecia na mesma. E politicamente, que é o ponto aqui, também: a mesma falta de renovação, o pensamento mesquinho e apequenado dos políticos. Claro, concordo com você quando diz que não dá para comparar os anos de fundação que o Rio tem com os de São Gonçalo. Mas amigos, parece que ficamos a milhares de quilômetros do Rio quando na verdade estamos a pouco mais de duas dezenas. Como podemos viver realidades tão divergentes? Social e politicamente. Como não conseguimos absorver, nem que tenha sido um pouco, do desenvolvimento urbano, da qualidade de vida? Não precisamos nem comparar com o Rio. Niterói está aqui ao lado para nos dar esse choque de realidade. Não nos iludamos: maus políticos existem e são maioria em todos os municípios. O Rio não é exceção. Concordo que não devemos nos subjugar ao que vem de lá, mas por que não aprender com o que há de bom? Por que não aspirar o melhor para nosso município? Claro que a população também tem que amadurecer. Temos cabeças pensantes aqui, temos universidade, faculdades, uma elite (intelectual, ao menos) se formando. Onde estão essas pessoas para ajudar a redefinir os rumos da cidade? Com certeza não são os que se apresentaram nesse último pleito. Talvez esteja aí o nosso ponto de partida.

  2. Uma coisa não exclui a outra, é possível fechar com o Freixo e também acompanhar a eleição na própria cidade. Estou em SC e fecho com Freixo, a vitória dele tem um enorme significado, de vitória contra uma corja de poderosos sanguessugas, de alguém que tem coragem de enfrentar os problemas reais dos mais pobres. É muito além de uma questão de “baba-ovo”. Quem fecha com o Freixo não está automaticamente alheio ao que acontece na sua cidade.

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