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Histórias de uma vida policial: amigos de infância

Histórias de uma vida policial: amigos de infância

É com imenso orgulho que hoje relato fatos do meu cotidiano policial para está pagina. Desde pequeno tive sonhos. Como por exemplo, a de um jogador de futebol. Porém, não sou egoísta de dizer que era um sonho solitário, pois os dividia com todos os amigos da minha idade.

Na escola, trocávamos figurinhas dos nossos ídolos. Na hora do recreio, sempre nos reuníamos e jogávamos aquele futebol. Éramos muito unidos. O tempo foi passando e a nossa união foi se tornando mais intensa. A cada jogo dos nossos times, era uma alegria estarmos juntos. Porém, o tempo não pára e os nossos caminhos vão sendo traçados. E os amigos que antes frequentemente estavam no meu dia-a-dia, sumiram.

E foi aí que tudo começou. Entrei para Policia Militar. Num dia como outro qualquer, recebemos denúncias de indivíduos realizando a venda de entorpecentes em uma determinada área. Estavam armados. Como de costume, fomos verificar tal informação.

Lembro-me que ao dobrar a esquina, foram realizados os primeiros disparos. Solicitamos reforço e continuamos a incursão.

A cada trecho avançado, a adrenalina aumentava. Enquanto subíamos por uma determinada parte do morro, a outra equipe subia por outra e assim o cerco estava formado. Até que se deu inicio a um intenso tiroteio. Aos poucos, foi diminuindo, até não se escutar mais nada. Em seguida, ouvi um companheiro de guarnição dizendo: “Aqui, aqui”. Dirigi-me rapidamente ao local, pois pensei que o colega de farda havia sido baleado. Chegando lá, me deparei com a cena de elementos mortos, armas e drogas. Estava me sentindo radiante com a situação, por ter passado por este livramento. Porém, algo me chocou. Até hoje, levo em minha memória a imagem de um dos elementos que havia falecido: um amigo de infância. Aquele que sonhava junto comigo, agora estava ali no chão. Ele havia se desviado e estava servindo ao tráfico.

Guardo em meu coração os momentos, aquelas imagens de quando éramos pequenos. Fico imaginando o porquê daquele menino, amigo, alegre, com enorme qualidade no futebol, ter se envolvido com as drogas. Sua Família possuía dinheiro, ele não precisava daquilo. Como Policial Militar, após essa situação, eu já estava me dirigindo para uma nova ocorrência. Mas com um grande aperto no coração.

O fato ocorreu em São Gonçalo. A identidade dos profissionais que participaram do post é anônima.

Colunista Convidado
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O SIM São Gonçalo está esperando você para ser nosso colunista convidado. Tem alguma solução, algo para falar da cidade? Então entre em contato, mande seu vídeo, texto e imagens pra gente. Não perde tempo não. SIM, vem com a gente.

É com imenso orgulho que hoje relato fatos do meu cotidiano policial para está pagina. Desde pequeno tive sonhos. Como por exemplo, a de um jogador de futebol. Porém, não sou egoísta de dizer que era um sonho solitário, pois os dividia com todos os amigos da minha idade.

Na escola, trocávamos figurinhas dos nossos ídolos. Na hora do recreio, sempre nos reuníamos e jogávamos aquele futebol. Éramos muito unidos. O tempo foi passando e a nossa união foi se tornando mais intensa. A cada jogo dos nossos times, era uma alegria estarmos juntos. Porém, o tempo não pára e os nossos caminhos vão sendo traçados. E os amigos que antes frequentemente estavam no meu dia-a-dia, sumiram.

E foi aí que tudo começou. Entrei para Policia Militar. Num dia como outro qualquer, recebemos denúncias de indivíduos realizando a venda de entorpecentes em uma determinada área. Estavam armados. Como de costume, fomos verificar tal informação.

Lembro-me que ao dobrar a esquina, foram realizados os primeiros disparos. Solicitamos reforço e continuamos a incursão.

A cada trecho avançado, a adrenalina aumentava. Enquanto subíamos por uma determinada parte do morro, a outra equipe subia por outra e assim o cerco estava formado. Até que se deu inicio a um intenso tiroteio. Aos poucos, foi diminuindo, até não se escutar mais nada. Em seguida, ouvi um companheiro de guarnição dizendo: “Aqui, aqui”. Dirigi-me rapidamente ao local, pois pensei que o colega de farda havia sido baleado. Chegando lá, me deparei com a cena de elementos mortos, armas e drogas. Estava me sentindo radiante com a situação, por ter passado por este livramento. Porém, algo me chocou. Até hoje, levo em minha memória a imagem de um dos elementos que havia falecido: um amigo de infância. Aquele que sonhava junto comigo, agora estava ali no chão. Ele havia se desviado e estava servindo ao tráfico.

Guardo em meu coração os momentos, aquelas imagens de quando éramos pequenos. Fico imaginando o porquê daquele menino, amigo, alegre, com enorme qualidade no futebol, ter se envolvido com as drogas. Sua Família possuía dinheiro, ele não precisava daquilo. Como Policial Militar, após essa situação, eu já estava me dirigindo para uma nova ocorrência. Mas com um grande aperto no coração.

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