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Violência em São Gonçalo e os dados do Instituto de Segurança Pública

Violência em São Gonçalo e os dados do Instituto de Segurança Pública

“E a violência em São Gonçalo? Você acha que tudo de ruim está mesmo vindo do outro lado da ponte, conforme as estatísticas de Segurança Pública?”

A pergunta é propícia para o momento. Afinal, estamos diante de um daqueles momentos que serão estudados no futuro como um divisor de águas nas políticas públicas de segurança no Rio de Janeiro. É tanta coisa nos noticiários que nunca chegamos a conclusões locais. Me arrisco a dizer que as análises mais coerentes estão distantes de nós, simples cidadãos.

Eu, Matheus, vou tentar dar a minha visão sobre os fatos.

Instituto de Segurança Pública (ISP) foi criado em 1999, primeiro ano do governo Garotinho (1999-2002). Fruto da equipe do sociólogo Luiz Eduardo Soares, subsecretário de segurança pública na época, o instituto é uma autarquia, o que na prática rasa significa: “o governo nos mantém, mas não nos comanda.”

Dados estatísticos são dados. Ponto. Não são criados, são coletados. Não são pensados, são interpretados. Logo, se as estatísticas dizem que a violência está aumentando, é muito possível que ela esteja. Mas se estiver diminuindo, talvez não esteja. Confuso? Relaxa, vou explicar o porquê.

Estatísticas são diferentes de sensações. Se você ou alguma das pessoas de sua família ou círculo social NUNCA tiver sofrido algum tipo de violência, por exemplo, dificilmente terá uma “sensação de insegurança”. Mas se uma pessoa de seu convívio disser que foi assaltada, a sua sensação irá mudar na hora.

Instituto de Segurança Pública + Polícia no Rio

Penso que muito dos dados coletados pelo ISP têm como base os Boletins de Ocorrência, o famoso BO. Mas, vamos pensar juntos? Por exemplo: quantas pessoas têm seu celular roubado e vão até a delegacia registrar a ocorrência? Quantas mulheres são estupradas e vão até a DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) para denunciar seu agressor? E ainda pior: quantas pessoas tem coragem e confiança na polícia para ir até a delegacia pedir auxílio?

Quando há mortes ou subtração de coisa de grande valor, como carros ou casas, a polícia é acionada imediatamente. Mas, será que roubam mais celulares e dinheiro ou carros?

Por esse motivo, nem sempre é possível dizer que estatísticas e sensações andam juntas. Mas se o aumento dos números de violência conferem com o seu sentimento de insegurança, bingo! Tem problema aí!

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

“E a violência em São Gonçalo? Você acha que tudo de ruim está mesmo vindo do outro lado da ponte, conforme as estatísticas de Segurança Pública?”

A pergunta é propícia para o momento. Afinal, estamos diante de um daqueles momentos que serão estudados no futuro como um divisor de águas nas políticas públicas de segurança no Rio de Janeiro. É tanta coisa nos noticiários que nunca chegamos a conclusões locais. Me arrisco a dizer que as análises mais coerentes estão distantes de nós, simples cidadãos.

Eu, Matheus, vou tentar dar a minha visão sobre os fatos.

Instituto de Segurança Pública (ISP) foi criado em 1999, primeiro ano do governo Garotinho (1999-2002). Fruto da equipe do sociólogo Luiz Eduardo Soares, subsecretário de segurança pública na época, o instituto é uma autarquia, o que na prática rasa significa: “o governo nos mantém, mas não nos comanda.”

Dados estatísticos são dados. Ponto. Não são criados, são coletados. Não são pensados, são interpretados. Logo, se as estatísticas dizem que a violência está aumentando, é muito possível que ela esteja. Mas se estiver diminuindo, talvez não esteja. Confuso? Relaxa, vou explicar o porquê.

Estatísticas são diferentes de sensações. Se você ou alguma das pessoas de sua família ou círculo social NUNCA tiver sofrido algum tipo de violência, por exemplo, dificilmente terá uma “sensação de insegurança”. Mas se uma pessoa de seu convívio disser que foi assaltada, a sua sensação irá mudar na hora.

Instituto de Segurança Pública + Polícia no Rio

Penso que muito dos dados coletados pelo ISP têm como base os Boletins de Ocorrência, o famoso BO. Mas, vamos pensar juntos? Por exemplo: quantas pessoas têm seu celular roubado e vão até a delegacia registrar a ocorrência? Quantas mulheres são estupradas e vão até a DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) para denunciar seu agressor? E ainda pior: quantas pessoas tem coragem e confiança na polícia para ir até a delegacia pedir auxílio?

Quando há mortes ou subtração de coisa de grande valor, como carros ou casas, a polícia é acionada imediatamente. Mas, será que roubam mais celulares e dinheiro ou carros?

Por esse motivo, nem sempre é possível dizer que estatísticas e sensações andam juntas. Mas se o aumento dos números de violência conferem com o seu sentimento de insegurança, bingo! Tem problema aí!

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

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