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Clélia Nanci e a reocupação anti-democrática

Clélia Nanci e a reocupação anti-democrática

Foi grande o crescimento da população jovem brasileira nos últimos 35 anos. Somado às políticas inclusivas, tivemos um aumento considerável no número de matrículas, inchando as escolas públicas que, dada a incompetência e corrupção dos governos, resultou na educação que temos hoje, mal-gerida, com escolas sucateadas e profissionais mal-remunerados. Nesse sentido, buscando reivindicar melhores condições para todos, o movimento de ocupação das escolas de ensino médio e fundamental fez sentido, chamando a atenção para um problema que é de todos.

Entretanto, após os acordos e conquistas daquele primeiro momento, parece que alguns militantes passaram a acreditar que ocupar é instrumento legítimo para tudo, inclusive para fazer algo que tantos lutaram para implementar no Brasil: o direito de votar.

Alunos se reuniram bem cedo na porta da escola para desocupá-la, resgatando seus direitos de estudar e votar.

No final da tarde da terça-feira, a “reocupação” aconteceu. Entretanto, as reivindicações agora eram outras. Questionavam a legitimidade da eleição que aconteceria no dia seguinte, alegando não concordar com a eleição de chapa única. Entretanto, a própria Secretaria de Estado de Educação lembra que a Lei Estadual Nº 7.299 não impede que a eleição aconteça, mesmo que só haja uma chapa, deixando ainda mais duvidosa a atitude do grupo.

Dada a incoerência da situação, a ação dos alunos foi rápida: marcaram de aparecer na porta da escola no dia seguinte, no primeiro horário da manhã. Naquela manhã chuvosa de quarta-feira (14/12/2016), a massa de estudantes contrários à ocupação, literalmente, desocuparam a escola. Não reconhecendo o grupo de alunos ocupantes como algo legítimo, acionaram a polícia militar que, após a “desocupação” feita pelos alunos, levou os militantes para prestar esclarecimentos na delegacia.

Se para alguns essa nova ocupação era sem sentido, servindo só para tumultuar o já desregulado calendário escolar, para outros as motivações foram bem menos nobres e mais pessoais. Parece que o jeito brasileiro de fazer política está refletindo nos movimentos estudantis, que contaminados por partidos políticos, deixam a comunidade em segundo plano, favorecendo os interesses pessoais e de pequenos grupos.

As dúvidas tornaram-se ainda maiores quando adesivos de apoio à direção atual foram encontrados em posse dos militantes ocupantes, como mostram as imagens abaixo. Afinal, se a direção antiga quisesse ficar, não seria mais fácil se candidatar, formando uma segunda chapa?

Joseli – Clélia Nanci São Gonçalo
Adesivos de apoio à atual direção.

Esse fato acontecido na cidade, bem próximo aos nossos olhos, nos leva a questionar, mais uma vez, o quanto a educação e o desenvolvimento na capacidade de pensar, refletir e discernir para agir pode quebrar esse ciclo de péssimos exemplos que temos na política nacional. Se hoje, movimentos criados por jovens com boas finalidade são usados como instrumento de manobra, beneficiando pequenos grupos em detrimento do interesse coletivo, o que se esperar desses mesmos militantes no futuro?

Fica aqui o parabéns à comunidade escolar que se fez presente, se organizando e manifestando seus direitos legítimos. É preciso repetir para não esquecermos: o diálogo sempre vem antes da força, pois a escola é de todos.

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

Foi grande o crescimento da população jovem brasileira nos últimos 35 anos. Somado às políticas inclusivas, tivemos um aumento considerável no número de matrículas, inchando as escolas públicas que, dada a incompetência e corrupção dos governos, resultou na educação que temos hoje, mal-gerida, com escolas sucateadas e profissionais mal-remunerados. Nesse sentido, buscando reivindicar melhores condições para todos, o movimento de ocupação das escolas de ensino médio e fundamental fez sentido, chamando a atenção para um problema que é de todos.

Entretanto, após os acordos e conquistas daquele primeiro momento, parece que alguns militantes passaram a acreditar que ocupar é instrumento legítimo para tudo, inclusive para fazer algo que tantos lutaram para implementar no Brasil: o direito de votar.

Alunos se reuniram bem cedo na porta da escola para desocupá-la, resgatando seus direitos de estudar e votar.

No final da tarde da terça-feira, a “reocupação” aconteceu. Entretanto, as reivindicações agora eram outras. Questionavam a legitimidade da eleição que aconteceria no dia seguinte, alegando não concordar com a eleição de chapa única. Entretanto, a própria Secretaria de Estado de Educação lembra que a Lei Estadual Nº 7.299 não impede que a eleição aconteça, mesmo que só haja uma chapa, deixando ainda mais duvidosa a atitude do grupo.

Dada a incoerência da situação, a ação dos alunos foi rápida: marcaram de aparecer na porta da escola no dia seguinte, no primeiro horário da manhã. Naquela manhã chuvosa de quarta-feira (14/12/2016), a massa de estudantes contrários à ocupação, literalmente, desocuparam a escola. Não reconhecendo o grupo de alunos ocupantes como algo legítimo, acionaram a polícia militar que, após a “desocupação” feita pelos alunos, levou os militantes para prestar esclarecimentos na delegacia.

Se para alguns essa nova ocupação era sem sentido, servindo só para tumultuar o já desregulado calendário escolar, para outros as motivações foram bem menos nobres e mais pessoais. Parece que o jeito brasileiro de fazer política está refletindo nos movimentos estudantis, que contaminados por partidos políticos, deixam a comunidade em segundo plano, favorecendo os interesses pessoais e de pequenos grupos.

As dúvidas tornaram-se ainda maiores quando adesivos de apoio à direção atual foram encontrados em posse dos militantes ocupantes, como mostram as imagens abaixo. Afinal, se a direção antiga quisesse ficar, não seria mais fácil se candidatar, formando uma segunda chapa?

Joseli – Clélia Nanci São Gonçalo
Adesivos de apoio à atual direção.

Esse fato acontecido na cidade, bem próximo aos nossos olhos, nos leva a questionar, mais uma vez, o quanto a educação e o desenvolvimento na capacidade de pensar, refletir e discernir para agir pode quebrar esse ciclo de péssimos exemplos que temos na política nacional. Se hoje, movimentos criados por jovens com boas finalidade são usados como instrumento de manobra, beneficiando pequenos grupos em detrimento do interesse coletivo, o que se esperar desses mesmos militantes no futuro?

Fica aqui o parabéns à comunidade escolar que se fez presente, se organizando e manifestando seus direitos legítimos. É preciso repetir para não esquecermos: o diálogo sempre vem antes da força, pois a escola é de todos.

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

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