O Corpus Christi em São Gonçalo foi um sucesso, como sempre. Digo isso não apenas pelos tapetes de sal, sempre belos e interessantes, mas pelo conjunto em si.
Ao andar pelos 1,5km de tapetes ainda em construção, era ótima a sensação de poder andar pelo Centro da cidade num clima segurança e paz. Não que estejamos livres da violência. Mas por saber que a energia das pessoas ali é capaz de repeli-la um pouquinho. E assim, mais pessoas vêm para as ruas abraçar o evento, a cada ano que passa.
Há tempos que muitos enxergam oportunidades de negócios ali. Como os vendedores de comidas, bebidas e artigos religiosos. Sejam ambulantes ou pontos fixos, como bares, pastéis, Subway e Cacau Show.
Corpus Christi em São Gonçalo se consolidou positivamente e pode crescer
Uma das críticas recorrentes ao evento é o horário adiantado do fechamento da rua principal. Este ano, fomos avisados que isso aconteceria a partir das 18h. Entretanto, muitas pessoas saem de seus trabalhos em Niterói e no Rio, neste horário, levando horas para chegar em São Gonçalo.
Este é um ponto que deveria ser repensado. Talvez, até mesmo, alterando o horário de fechamento para 21h, no mínimo. Muitos moradores agradeceriam!
Se por um lado os comerciantes compreenderam a importância e as oportunidades geradas, por outro, talvez seja o momento de darmos um passo a mais com a data cultural que mais atrai público na cidade.
Vejo que esse sentimento não é apenas meu. Tanto que o site Território Gonçalense, do Vagner Rosa, comentou na mesma direção, citando o Corpus Christi como um cartão postal em potencial.
Um incremento interessante é o fato que aconteceu esse ano, na cidade do Rio. Em parceria com o Instituto Expo Religião, a Arquidiocese do Rio de Janeiro convidou outras religiões para um tapete ecumênico, criando assim um sentimento de união entre as diferentes crenças. Numa cidade com grande número de evangélicos e espíritas, como a nossa, teríamos a chance de criar um movimento de agregação. Naturalmente, o público cresceria e a cidade abraçaria ainda mais o evento.
Uma das sugestões tem como referência o “Viradão Cultural”, evento que já aconteceu no Rio e ainda há em São Paulo. Mas neste caso, teríamos bandas religiosas fazendo apresentações durante as madrugadas.
É possível ver rodas de violão enquanto as pessoas trabalham nas obras de sal. Com pequenas atrações distribuídas ao longo das ruas, seria uma forma saudável ampliar a atratividade do evento, podendo até mesmo reter muita gente até o início da Missa, pela manhã.
Naturalmente, essas e outras mudanças deveriam ser estudadas e testadas para que o Corpus Christi em São Gonçalo não perca suas características. Ainda sim, é bonito ver um movimento de manifestação popular ter a possibilidade de ampliar a autoestima das pessoas numa cidade tão mal tratada, mas repleta de potenciais artísticos e culturais.
Em São Gonçalo, a nossa gente é o nosso melhor.