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Esse Cristo é nosso, São Gonçalo!

Esse Cristo é nosso, São Gonçalo!

Era outubro de 1997. O povo brasileiro recebia o Papa João Paulo II, que nos visitava pela terceira vez para participar do 2º Encontro com as Famílias.

Enquanto aos pés do Cristo Redentor o Papa abençoava o Rio de Janeiro, em São Gonçalo, um morador nascido e criado no Porto da Pedra fazia uma gentileza ao casal José Alves de Azevedo e Elvira Santos de Azevedo, doando uma réplica, em proporções menores da imagem que, há exatos 10 anos, se tornaria uma das sete maravilhas do mundo moderno.

O casal muito católico, de não faltar uma missa, acordou que aquele presente não seria só deles, teria que ser compartilhado com toda a vizinhança. Com a morte do Padre Eugênio, da Igreja da Matriz de São Gonçalo, frequentada pelo casal, acharam que era uma forma de homenageá-lo.

Esse Cristo é nosso, São Gonçalo! © Sim São Gonçalo 2014

O senhor José procurou os vizinhos, o dono da padaria, da marmoraria, do açougue, enfim, todos dispostos a ajudar na empreitada. O lugar foi escolhido: a esquina da Av. Joaquim de Oliveira com a Rua Governador Macedo Soares, bem perto da residência do casal. A imagem foi fixada em um pedestal de mármore com as inscrições “Homenagem ao Papa João Paulo II em Visita ao Brasil em 02-10-1997”. Na parte de cima e “In Memorian Padre Eugênio 02-10-1997” a baixo. Uma dupla homenagem, data da visita do Papa e homenagem ao padre. (O Município de São Gonçalo foi abalado com a morte do Cônego Eugênio Moreira, em 03 de junho de 1997, dias após a celebração de Corpus Christi com uma das mais belas manifestações de arte e religiosidade da Cidade, os tapetes de sal.)

O casal tentou junto à prefeitura que a imagem fosse iluminada a noite. Entretanto, por conta da burocracia, desistiram e resolveram eles mesmos levar luz ao Cristo, através de uma ‘foto-célula’ ligada à sua residência. Não seria por dificuldades burocráticas que o Cristo não seria aceso.

Esse Cristo é nosso, São Gonçalo! © Sim São Gonçalo 2014

Para evitar que vândalos danificassem-no o casal cercou com grades de proteção.

A manhã do dia 5 de maio de 2005 tinha tudo para ser cheia de felicidade. José completava 74 primaveras, mas quis o destino que, naquele dia, o coração da sua companheira parasse de bater. Enquanto viva, Dona Elvira tinha uma paixão pelo Cristo indescritível. Promovia missas campais em frente à imagem e se orgulhava de ver a rua lotada de fieis.  Mensalmente, com ajuda do seu marido, limpavam cuidadosamente a imagem. Anualmente, a pintavam. Hoje, viúvo, o senhor José segue a risca a mesma rotina.

A imagem passou a ser ponto de referência. Ficou conhecida não só no bairro, mas até mesmo na cidade vizinha, Niterói. Basta falar: “Vamos nos encontrar em frente ao Cristo Redentor do Porto da Pedra”. Fica fácil para todo mundo.

Esse Cristo é nosso, São Gonçalo! © Sim São Gonçalo 2014

Com 82 anos de idade, a maior preocupação do senhor José é o que acontecerá com o Cristo do Porto da Pedra após a sua morte. Ao mesmo tempo em que se preocupa, tem esperança que sua família continue o legado cuidando da imagem. E espera que as futuras gerações de gonçalenses independente da religião enxerguem-no como um patrimônio da cidade e tenham orgulho de dizer: ESSE CRISTO É NOSSO, SÃO GONÇALO!

Alex Wölbert
Alex Wölberthttp://www.reciclaleitores.com.br
Nascido lá do outro lado da poça no bairro da Penha. Criança começou a se interessar por tecnologia e quando não dava curto na casa dos pais, ajudava a vizinhança e familiares consertando um rádio aqui uma TV ali. Formou-se em tecnologia pela UERJ, casou-se com a guerreira niteroiense Aline Lucas e mudou-se de mala e cuia para São Gonçalo com a sua filha Victoria. Apaixonado por história, ação social e principalmente pela cidade de São Gonçalo, começou a escrever crônicas para diversas mídias. Hoje divide seu tempo entre empresário de Tecnologia da Informação e o Projeto Recicla Leitores (www.reciclaleitores.com.br), um projeto de incentivo a leitura que toca junto com a sua família. Alex Wölbert também faz parte do grupo de colunistas que escrevem sobre Patrimônio Leste Fluminense para o Jornal Extra - Mais São Gonçalo.

Era outubro de 1997. O povo brasileiro recebia o Papa João Paulo II, que nos visitava pela terceira vez para participar do 2º Encontro com as Famílias.

Enquanto aos pés do Cristo Redentor o Papa abençoava o Rio de Janeiro, em São Gonçalo, um morador nascido e criado no Porto da Pedra fazia uma gentileza ao casal José Alves de Azevedo e Elvira Santos de Azevedo, doando uma réplica, em proporções menores da imagem que, há exatos 10 anos, se tornaria uma das sete maravilhas do mundo moderno.

O casal muito católico, de não faltar uma missa, acordou que aquele presente não seria só deles, teria que ser compartilhado com toda a vizinhança. Com a morte do Padre Eugênio, da Igreja da Matriz de São Gonçalo, frequentada pelo casal, acharam que era uma forma de homenageá-lo.

Esse Cristo é nosso, São Gonçalo! © Sim São Gonçalo 2014

O senhor José procurou os vizinhos, o dono da padaria, da marmoraria, do açougue, enfim, todos dispostos a ajudar na empreitada. O lugar foi escolhido: a esquina da Av. Joaquim de Oliveira com a Rua Governador Macedo Soares, bem perto da residência do casal. A imagem foi fixada em um pedestal de mármore com as inscrições “Homenagem ao Papa João Paulo II em Visita ao Brasil em 02-10-1997”. Na parte de cima e “In Memorian Padre Eugênio 02-10-1997” a baixo. Uma dupla homenagem, data da visita do Papa e homenagem ao padre. (O Município de São Gonçalo foi abalado com a morte do Cônego Eugênio Moreira, em 03 de junho de 1997, dias após a celebração de Corpus Christi com uma das mais belas manifestações de arte e religiosidade da Cidade, os tapetes de sal.)

O casal tentou junto à prefeitura que a imagem fosse iluminada a noite. Entretanto, por conta da burocracia, desistiram e resolveram eles mesmos levar luz ao Cristo, através de uma ‘foto-célula’ ligada à sua residência. Não seria por dificuldades burocráticas que o Cristo não seria aceso.

Esse Cristo é nosso, São Gonçalo! © Sim São Gonçalo 2014

Para evitar que vândalos danificassem-no o casal cercou com grades de proteção.

A manhã do dia 5 de maio de 2005 tinha tudo para ser cheia de felicidade. José completava 74 primaveras, mas quis o destino que, naquele dia, o coração da sua companheira parasse de bater. Enquanto viva, Dona Elvira tinha uma paixão pelo Cristo indescritível. Promovia missas campais em frente à imagem e se orgulhava de ver a rua lotada de fieis.  Mensalmente, com ajuda do seu marido, limpavam cuidadosamente a imagem. Anualmente, a pintavam. Hoje, viúvo, o senhor José segue a risca a mesma rotina.

A imagem passou a ser ponto de referência. Ficou conhecida não só no bairro, mas até mesmo na cidade vizinha, Niterói. Basta falar: “Vamos nos encontrar em frente ao Cristo Redentor do Porto da Pedra”. Fica fácil para todo mundo.

Esse Cristo é nosso, São Gonçalo! © Sim São Gonçalo 2014

Com 82 anos de idade, a maior preocupação do senhor José é o que acontecerá com o Cristo do Porto da Pedra após a sua morte. Ao mesmo tempo em que se preocupa, tem esperança que sua família continue o legado cuidando da imagem. E espera que as futuras gerações de gonçalenses independente da religião enxerguem-no como um patrimônio da cidade e tenham orgulho de dizer: ESSE CRISTO É NOSSO, SÃO GONÇALO!

Alex Wölbert
Alex Wölberthttp://www.reciclaleitores.com.br
Nascido lá do outro lado da poça no bairro da Penha. Criança começou a se interessar por tecnologia e quando não dava curto na casa dos pais, ajudava a vizinhança e familiares consertando um rádio aqui uma TV ali. Formou-se em tecnologia pela UERJ, casou-se com a guerreira niteroiense Aline Lucas e mudou-se de mala e cuia para São Gonçalo com a sua filha Victoria. Apaixonado por história, ação social e principalmente pela cidade de São Gonçalo, começou a escrever crônicas para diversas mídias. Hoje divide seu tempo entre empresário de Tecnologia da Informação e o Projeto Recicla Leitores (www.reciclaleitores.com.br), um projeto de incentivo a leitura que toca junto com a sua família. Alex Wölbert também faz parte do grupo de colunistas que escrevem sobre Patrimônio Leste Fluminense para o Jornal Extra - Mais São Gonçalo.

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