Semana passada, o prefeito Neilton Mulim (PR) fez uma série de mudanças em secretarias e subsecretarias, incluindo a pasta de Educação, que há muito sofria com Claudio Mendonça no comando. Longe de demonstrar uma atualização do governo, tais movimentações já visam o estreitamento de relações, almejando possíveis alianças para sua campanha de reeleição.
A crise na educação de São Gonçalo vêm se agravando a cada dia, com unidades fechadas, aulas adiadas, falta de professores e falta de material didático e alimentício. No último 25 de março, a Comissão de Educação da Câmara dos Vereadores visitou a Escola Municipal Castelo Branco, uma das principais unidades do município, localizada no Centro da cidade. Foi constatado o verdadeiro abandono do local, com vazamentos, goteiras e espaços insalubres. Além disso, materiais didáticos novos estavam guardados enquanto os alunos se revezavam utilizando materiais velhos e mal conservados. A comissão irá denunciar o caso ao Ministério Público estadual para apuração.
O descaso do poder público em relação à área é visível e revoltante. Enquanto as unidades necessitam de reformas estruturais para acolher os estudantes de forma adequada e segura, a secretaria gastou R$ 12 milhões em livros que até agora não foram utilizados, e o pior, todo o processo sem nenhum tipo de licitação e transparência. Este é o modelo de gestão do atual prefeito Mulim, que passa por cima da Câmara e até mesmo da legalidade para atender interesses próprios. Enquanto nosso executivo for subserviente à empresas e à interesses de seu mentor Anthony Garotinho (PR), estaremos nos afundando e perdendo a oportunidade de formar adequadamente nossos jovens cidadãos.
A nova secretária Vaneli Chaves precisa estar alinhada com o objetivo de melhorar o investimento em estrutura das unidades, assim como atender as demandas dos profissionais e estudantes como climatização das salas, pagamento do piso nacional e auxílio-transporte Além disso é preciso alterar a cultura da pasta, trazendo uma gestão transparente com os gastos públicos e que dialogue com as comunidades em que cada unidade escolar está inserida.
Foto: Wilson Mendes / Jornal Extra
Ótimo texto, Matheus. São Gonçalo precisa de mais artigos como esse.