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O medo da violência

O medo da violência

O comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar, coronel Fernando Salema, pediu calma e prudência à população de São Gonçalo através de vídeo divulgado pela Internet semana passada. Louvável a atitude do coronel, que demonstrou preocupação e se aproximou de um povo historicamente ignorado pelas autoridades. No entanto, é impossível ter calma morando em uma cidade onde até a creche, que existe ao lado do batalhão que ele comanda, encerra o expediente mais cedo como medida preventiva contra a violência.

Não são os boatos que tememos, são os fatos. Os altos índices de violência da cidade superam os números dos demais municípios do estado do Rio de Janeiro. Assaltos a pedestres e roubos de carros são frequentes, a qualquer hora do dia ou da noite. Casas e lojas são invadidas. Há relatos de estupro de mulheres abordadas caminhando em bairros populosos, como Alcântara. Aqui, vereadores e juízes que fazem seu trabalho com honestidade são assassinados. Como o cidadão comum não teria medo? Provavelmente você já foi vítima de algum tipo de violência ou conhece alguém que tenha sido.

Onde a presença do estado é maior, como nos bairros nobres de Niterói e do Rio de Janeiro, boatos de represálias não se propagam, o comércio não para no meio do expediente. Nenhum comerciante fecharia seu estabelecimento, causando prejuízos a si mesmo, se a ameaça que vem do tráfico não fosse real. Ninguém se trancaria em casa com medo se não tivesse certeza de que está vulnerável nas ruas.

Acredito no coronel quando diz que a polícia se esforça no combate ao crime e recentemente o efetivo policial de São Gonçalo foi aumentado para 780 integrantes. Mas, ironicamente, quando o cidadão vai à delegacia fazer boletim de ocorrência depois de ser assaltado, a polícia o orienta a não usar jóias, relógios ou roupas caras que despertem o interesse de bandidos. Significa, no mínimo, que o trabalho da polícia e seu efetivo ainda são insuficientes.

Mário Lima Jr.
Mário Lima Jr.http://mariolimajr.com
Moro em São Gonçalo e toda semana escrevo sobre minha relação com a cidade.

O comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar, coronel Fernando Salema, pediu calma e prudência à população de São Gonçalo através de vídeo divulgado pela Internet semana passada. Louvável a atitude do coronel, que demonstrou preocupação e se aproximou de um povo historicamente ignorado pelas autoridades. No entanto, é impossível ter calma morando em uma cidade onde até a creche, que existe ao lado do batalhão que ele comanda, encerra o expediente mais cedo como medida preventiva contra a violência.

Não são os boatos que tememos, são os fatos. Os altos índices de violência da cidade superam os números dos demais municípios do estado do Rio de Janeiro. Assaltos a pedestres e roubos de carros são frequentes, a qualquer hora do dia ou da noite. Casas e lojas são invadidas. Há relatos de estupro de mulheres abordadas caminhando em bairros populosos, como Alcântara. Aqui, vereadores e juízes que fazem seu trabalho com honestidade são assassinados. Como o cidadão comum não teria medo? Provavelmente você já foi vítima de algum tipo de violência ou conhece alguém que tenha sido.

Onde a presença do estado é maior, como nos bairros nobres de Niterói e do Rio de Janeiro, boatos de represálias não se propagam, o comércio não para no meio do expediente. Nenhum comerciante fecharia seu estabelecimento, causando prejuízos a si mesmo, se a ameaça que vem do tráfico não fosse real. Ninguém se trancaria em casa com medo se não tivesse certeza de que está vulnerável nas ruas.

Acredito no coronel quando diz que a polícia se esforça no combate ao crime e recentemente o efetivo policial de São Gonçalo foi aumentado para 780 integrantes. Mas, ironicamente, quando o cidadão vai à delegacia fazer boletim de ocorrência depois de ser assaltado, a polícia o orienta a não usar jóias, relógios ou roupas caras que despertem o interesse de bandidos. Significa, no mínimo, que o trabalho da polícia e seu efetivo ainda são insuficientes.

Mário Lima Jr.
Mário Lima Jr.http://mariolimajr.com
Moro em São Gonçalo e toda semana escrevo sobre minha relação com a cidade.

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