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CPI dos Cemitérios mostraria a Nanci que prefeitura não é quintal de casa

CPI dos Cemitérios mostraria a Nanci que prefeitura não é quintal de casa

Dizem que a CPI dos Cemitérios morreu antes de nascer. Mas a investigação que corre no Ministério Público do RJ está longe de terminar. Enquanto os vereadores de oposição se esmeram para emplacar uma marca à essa legislatura, os da situação fingem que nada está acontecendo, cancelando a CPI em troca de algo que ainda não sabemos. Nesse jogo, a única certeza que temos é a falta de TRANSPARÊNCIA do governo Nanci.

CPI dos cemitérios serviria para mostrar que prefeitura não é quintal de casa

Diante da denúncia que Eliane Nanci estaria embolsando o dinheiro dos enterros feitos no município, uma outra hipótese me veio à mente. Pessoalmente, não vejo muito sentido na família Nanci, com suas posses e história na cidade, embolsar o dinheiro dos cemitérios tão descaradamente. É possível que seja ingenuidade minha. Entretanto, enxergo um outro motivo: os Nanci acreditam que a prefeitura é o quintal de sua casa.

A metáfora é simples: no nosso quintal a gente faz o que quer, sem dar satisfações a ninguém. Afinal, na nossa casa quem manda somos nós. Porém, a prefeitura não é um bem privado. Pelo contrário. Ela pertence a mais de 1 milhão de pessoas.

Cemitério de São Gonçalo, no Camarão. Foto: Douglas Macedo

Mas o que realmente pode ter acontecido no caso dos cemitérios de São Gonçalo?

Como sabemos, a prefeitura de São Gonçalo é a mais pobre do estado do Rio de Janeiro, proporcionalmente. Isso significa que a renda per capita, ou seja, a renda total dividida pelo número de habitantes, é a menor do ERJ.

Minha hipótese é que os gestores do dinheiro público, nesse caso, os Nanci, aproveitaram o dinheiro dos enterros para pagar outras contas internas que estavam em déficit. Com o dinheiro vivo em mãos, essas operações seriam mais fáceis de resolver momentaneamente.

E é nesse momento que o erro aparece. A partir do momento que não há transparência sobre a origem e o destino do dinheiro público gerido, abre-se a prerrogativa da dúvida. Inclusive, acusando-os de desvios, ou melhor, de roubo mesmo.

A falta de transparência desse governo já se fez presente em um outro momento, quando o prefeito concedeu a gestão do Pronto Socorro Central a uma OS (Organização Social). Lembro de ver uma sessão onde os vereadores discutiam sobre pedidos simples para ver o novo contrato e as contas dessa transação. Algo óbvio que a prefeitura se negava a fazer.

No início do mandato (2017-2020), alguns vereadores mais antigos da casa comentaram que a primeira dama estava querendo gerir a prefeitura como sua empresa, a Bisturi. Porém, era preciso lembrar que agora ela estava no comando do executivo de um município. Concordo que devemos ter uma gestão profissional nos órgãos públicos, como acontece nas boas empresas privadas. Porém, manejar dinheiro público sem a responsabilidade de prestar contas imediatas à população, de forma clara e aberta, cheira a má fé, gerando as acusações de embolsos indevidos.

Eliane Nanci diz que são intrigas políticas. Mas também não vem à público para explicar com detalhes. Do outro lado, vereadores pressionam via mídia e MP-RJ para que as investigações sobre os possíveis desvios de verbas dos cemitérios dêem explicações plausíveis e convincentes.

Enquanto isso, o descaso com os cemitérios continua. Sem previsão de melhora.

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

Dizem que a CPI dos Cemitérios morreu antes de nascer. Mas a investigação que corre no Ministério Público do RJ está longe de terminar. Enquanto os vereadores de oposição se esmeram para emplacar uma marca à essa legislatura, os da situação fingem que nada está acontecendo, cancelando a CPI em troca de algo que ainda não sabemos. Nesse jogo, a única certeza que temos é a falta de TRANSPARÊNCIA do governo Nanci.

CPI dos cemitérios serviria para mostrar que prefeitura não é quintal de casa

Diante da denúncia que Eliane Nanci estaria embolsando o dinheiro dos enterros feitos no município, uma outra hipótese me veio à mente. Pessoalmente, não vejo muito sentido na família Nanci, com suas posses e história na cidade, embolsar o dinheiro dos cemitérios tão descaradamente. É possível que seja ingenuidade minha. Entretanto, enxergo um outro motivo: os Nanci acreditam que a prefeitura é o quintal de sua casa.

A metáfora é simples: no nosso quintal a gente faz o que quer, sem dar satisfações a ninguém. Afinal, na nossa casa quem manda somos nós. Porém, a prefeitura não é um bem privado. Pelo contrário. Ela pertence a mais de 1 milhão de pessoas.

Cemitério de São Gonçalo, no Camarão. Foto: Douglas Macedo

Mas o que realmente pode ter acontecido no caso dos cemitérios de São Gonçalo?

Como sabemos, a prefeitura de São Gonçalo é a mais pobre do estado do Rio de Janeiro, proporcionalmente. Isso significa que a renda per capita, ou seja, a renda total dividida pelo número de habitantes, é a menor do ERJ.

Minha hipótese é que os gestores do dinheiro público, nesse caso, os Nanci, aproveitaram o dinheiro dos enterros para pagar outras contas internas que estavam em déficit. Com o dinheiro vivo em mãos, essas operações seriam mais fáceis de resolver momentaneamente.

E é nesse momento que o erro aparece. A partir do momento que não há transparência sobre a origem e o destino do dinheiro público gerido, abre-se a prerrogativa da dúvida. Inclusive, acusando-os de desvios, ou melhor, de roubo mesmo.

A falta de transparência desse governo já se fez presente em um outro momento, quando o prefeito concedeu a gestão do Pronto Socorro Central a uma OS (Organização Social). Lembro de ver uma sessão onde os vereadores discutiam sobre pedidos simples para ver o novo contrato e as contas dessa transação. Algo óbvio que a prefeitura se negava a fazer.

No início do mandato (2017-2020), alguns vereadores mais antigos da casa comentaram que a primeira dama estava querendo gerir a prefeitura como sua empresa, a Bisturi. Porém, era preciso lembrar que agora ela estava no comando do executivo de um município. Concordo que devemos ter uma gestão profissional nos órgãos públicos, como acontece nas boas empresas privadas. Porém, manejar dinheiro público sem a responsabilidade de prestar contas imediatas à população, de forma clara e aberta, cheira a má fé, gerando as acusações de embolsos indevidos.

Eliane Nanci diz que são intrigas políticas. Mas também não vem à público para explicar com detalhes. Do outro lado, vereadores pressionam via mídia e MP-RJ para que as investigações sobre os possíveis desvios de verbas dos cemitérios dêem explicações plausíveis e convincentes.

Enquanto isso, o descaso com os cemitérios continua. Sem previsão de melhora.

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

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