Uma história sobre a Porto da Pedra, a escola de samba gonçalense, por Alex Wolbert.
Eu não entendo, fiz tudo certinho. Pulei as sete ondas na meia-noite do dia primeiro para abrir meus caminhos em 2015. Mas na matéria de futebol e time de coração, o caminho ainda está obstruído. Foram três jogos e três derrotas, sendo que uma delas para o maior rival, o urubu. Mas pensando bem, não tinha nenhum manual na simpatia que dissesse que funcionaria com futebol. Antes fosse botafoguense, pois não me importaria de cair para segunda divisão e ser derrotado no primeiro jogo do ano para o Gonçalense. Perderia para o Gonçalense com muito orgulho, ÔRRA!
Virar casaca não passa pela cabeça, já que paixão futebolística não se explica. Mas pensando bem, se ele não fosse o time do meu coração, seria a minha escola de samba?
Já estou até vendo, um abre alas com um enorme bacalhau e uma comissão de frente de pernas-de-pau coreografadas pelo Coisinha de Jesus. Na ala das baianas, todas com aquelas saias rodadas de lã vermelhas com bordados em preto e lenços coloridos escorregando pelos ombros. Sem faltar o tradicional tamanco de madeira que faria maior sucesso na Sapucaí ecoando durante a paradinha da bateria. E o “puxador” Roberto Leal chamando a galera com o grito de guerra: “Olha o gigante da colina ai, gente! Chora cavaco!”
Pensando bem, não daria muito certo o meu time de coração virar escola de samba. Mas deu muito certo o time de futebol criado no Porto da Pedra virar a minha escola de coração.
Uma história sobre a Porto da Pedra
A Unidos do Porto da Pedra é o único representante do município de São Gonçalo a desfilar no carnaval carioca. A escola de coração da maioria dos gonçalenses nasceu nos anos 70, oriundo de um clube de futebol chamado Unidos do Porto da Pedra Futebol Clube, com uniforme nas cores vermelho e branco que até hoje representam a escola.
Como futebol e samba se completam, em 1975, dois anos depois que se consagrou campeão gonçalense de futebol, nasceu a ideia de criar um bloco de rua. Em 8 de março de 1978, foi oficialmente registrado como um bloco de enredo chamado “Bloco Carnavalesco Porto da Pedra”.
Apenas 3 anos depois, em 1981, alcançou a categoria de escola de samba, ficando com o vice-campeonato com o enredo “Mundo Infantil”, no grupo B do carnaval de São Gonçalo. No ano seguinte, já no grupo A, conquistou a primeira vitória como escola de samba com o enredo “No Reino da Fantasia”.
Em 1985, a agremiação resolveu abandonar a competição e apresentando-se somente em seu bairro durante muito tempo. Só em 1990, conseguiu obter uma quadra de ensaios coberta, ainda que considerada pequena.
Em 1993, recebeu um convite para se apresentar no carnaval carioca no chamado grupo de acesso do Rio de Janeiro, que nessa época ainda desfilava na Avenida Rio Branco.
Esse ano a Porto da Pedra tem como enredo “Há uma luz que nunca se apaga!” e será a 6ª escola a desfilar na sexta-feira, dia 23 de fevereito de 2015, pela série A do Carnaval Carioca.
Logo depois, através de Jorginho do Império e Jorge Andrade, a escola filiou-se à AESCRJ, a Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, disputou no Grupo de Acesso. Em 1994, o então presidente da recém criada LIESGA, Paulo Almeida, convidou a Porto da Pedra para desfilar no Grupo 1. Na época, este era o passo anterior ao sonhado Grupo Especial.
Com o enredo “Campo Cidade em Busca da Felicidade”, interpretado por Wantuir, a Porto fez um belo desfile, ganhando o título da categoria em 1995. E assim, começou sua saga no grupo de elite do Carnaval Carioca, cuja estreia foi em 1996, como você pode conferir aqui.
Acho que estou exigindo demais da simpatia dos 7 pulinhos. Vocês não acham? Dizem que o ano só começa depois do carnaval. E se for, realmente verdade boas notícias virão em todos os sentidos, incluindo futebolísticos e carnavalescos. Como na música de Gilberto Gil, andar com fé eu vou. A fé não costuma a falhar.
Então, 2015, só vai dar Tigre e Bacalhau!
[…] jan 25 › Do Futebol para Sapucaí. Dá-lhe Tigre! – Unidos da Porto da Pedra » […]
[…] pra piorar, não tinha mais lugar sentado. Patrícia foi em pé sobre seus tão odiados saltos até o Porto da Pedra. Com […]
[…] pra piorar, não tinha mais lugar sentado. Patrícia foi em pé sobre seus tão odiados saltos até o Porto da Pedra. Com […]