O Brasil é um país com três capitais distintas. São Paulo, a financeira. Brasília, a administrativa. E o Rio de Janeiro, a cultural. São Gonçalo, bem como todas as outras cidades ao redor da Baía de Guanabara, sofre dessa dualidade de efeitos benéficos e maléficos pela proximidade com a polêmica capital fluminense.

Diferente das cidades da baixada, pouco desenvolvidas há uns 100 anos atrás, São Gonçalo era o oposto. A tal “Manchester Fluminense” se desenvolveu e caiu na mesma velocidade. Por este motivo, é possível afirmar que vivemos a decadência, enquanto a baixada a ascendência. Sendo que, atualmente, nem no mesmo nível estamos mais, visto que eles tendem a crescer ainda mais regionalmente.

E numa trajetória descendente, o que nos faria encontrar novamente o caminho de um desenvolvimento relevante e sustentável?

O que faria essa cidade ter jeito?

A resposta é uma só: pessoas. Especialmente aquelas que São Gonçalo expulsa de si.

Longe de mim acreditar que a cidade faz isso de propósito. Não faz! Pelo contrário. Nos momentos mais dolorosos, é o primeiro refúgio de todos os “expatriados” desse nosso país.

É consenso entre muitas pessoas que já foram da cidade que, por mais problemas que tenhamos, as boas memórias são as que ficam. E a cada vez que rodamos o mundo, são as mesmas lembranças que nos fazem a olhar para este território ao lado Leste da Baía de Guanabara com esperança.

Porém, há um outro tipo de pessoa que impede que novas visões de mundo cheguem até aqui. São os “nacionalistas”. Eles acreditam que toda a solução de São Gonçalo mora nela. Alguns até dizem inspirar-se em paulistas e cariocas para pensar assim.

Porém, o exemplo principal das duas maiores cidades brasileiras é completamente diferente: enquanto elas atraem os cérebros e mão de obra qualificada, os nacionalistas gonçalenses, os repelem. Até o atual prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, é gonçalense.

Estamos tão perto do maior cartão postal da América Latina, próximos ao Galeão que nos conecta a diversos aeroportos com vôos diretos para diversos pontos do mundo, mas quando cruzamos o Rio Bomba, parece que nada mudou.

Ainda sim, São Gonçalo tem jeito?

Se começarmos a entender nossas potencialidades, fazendo parcerias com todos os territórios ao redor, rechaçando esse bairrismo triste das mentes sem futuro, talvez tenhamos jeito sim.

4 COMENTÁRIOS

    • Sim, Lou. E nosso objetivo é reunir essas pessoas de forma séria e eficaz. Sem reação alguma, os aproveitadores no poder continuarão achando que o cenário estará livre para fazer o que quiserem.

      Sigamos. 😉

      • Verdade! Sou contadora e estudante de Direito e nascida em São Gonçalo, onde ainda vivo. Gostaria muito de ver nossa cidade mudar e não de ter que mudar de cidade como muitos fizeram.

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