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São Gonçalo não é para amadores – como chegamos às eleições 2016

São Gonçalo não é para amadores – como chegamos às eleições 2016

A polêmica das candidaturas a prefeito de São Gonçalo

Em todo estado do Rio de Janeiro, incluindo a capital, há grupos fortes em cada cidade. De uma forma ou de outra, eles centralizam as decisões, elegem seus deputados e mantém uma base local que ajuda na hora de repartir o poder estadual.

Em São Gonçalo, isso não se repete com a mesma frequência. Aparecida Panisset e seu filho, por exemplo, conseguiram uma votação pífia nas eleições para deputados em 2014. Graça Matos e os outros ficaram na suplência, só conseguindo suas vagas a deputado porque outros do PMDB garantiram suas cadeiras em outros cargos comissionados. Há alguns meses atrás, notícias se referiam ao dep. fed. Roberto Sales como “deputado de São Gonçalo”. Mas se perguntar na rua, ninguém sabe nem quem ele é. O ex-prefeito João Bravo tentou, mas teve meia dúzia de votos. Já Henry Charles, ninguém sabe ninguém viu.

Se olharmos para os vereadores, com exceção dos que estão se arriscando a prefeito (não à toa), o restante briga por uma miséria de votos, que não garante a representatividade de ninguém.

Diante desse cenário sem representantes locais, destacamos os dois estaduais: José Luis Nanci, que foi eleito por conta das coligações de seu partido, o PPS; e Nivaldo Mulim, irmão do atual prefeito. Porém, a situação para os dois últimos é tão estranha que, se qualquer um deles vier ao pleito, a derrota pode ser amarga.

A conclusão é que São Gonçalo não pertence à ninguém, literalmente. Qualquer amadorismo aqui será recebido com risadas.

Então, o que elegerá o próximo prefeito?

Se eu soubesse a resposta, seria marketeiro político. 🙂 Mas existe um caminho muito nítido: ganhará quem tiver a menor rejeição. Óbvio, não? Nem tanto.

Existe gente que acredita fielmente que Mulim ganhou por causa do Anthony Garotinho. Outros apostam a vida que foi por causa da passagem a R$1,50. Bobagem.

Quem decidiu a eleição de verdade foram os insatisfeitos com os ‪Panisset‬.

Ninguém sabia direito quem era o Mulim, mas havia a promessa da “novidade” política da cidade. Mal sabíamos que ele fez parte do famigerado governo Charles… você sabia? Foi assim que ele ganhou de virada, se tornando a única opção viável para derrotar o ex-governo.

Nas eleições de 2014, tivemos um número grande de pessoas anulando seus votos em São Gonçalo. Essa nulidade é problemática por dois motivos básicos:

1) Com menos votos válidos, os segmentos ganham força, elegendo qualquer um por um motivo banal, como ser da minha religião, “achei ele ou ela bonitos” ou “ele me deu o cimento, a cesta básica…”;

2) Depois do governo eleito, quem votou nulo e branco – gente que paga tantos impostos quanto quem votou – forma uma camada de insatisfeitos que ficam ainda mais revoltados com a incompetência do ocupante do poder.

O resultado? Não governa.

Em 2016 é muito possível que esses cenários aconteçam. Pois o descrédito após a aposta errada no Neilton Mulim deixou as pessoas com uma ojeriza ainda maior à política (sem falar nas questões da ‪Operação ‎LavaJato‬, crise econômica e tudo mais.

O recado final é claro: não adianta ser religioso ou forasteiro oportunista, prata da casa defeituosa, amigo do povo, se você não tiver um plano de governo que funcione para administrar a cidade e os diversos insatisfeitos que moram por aqui.

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

A polêmica das candidaturas a prefeito de São Gonçalo

Em todo estado do Rio de Janeiro, incluindo a capital, há grupos fortes em cada cidade. De uma forma ou de outra, eles centralizam as decisões, elegem seus deputados e mantém uma base local que ajuda na hora de repartir o poder estadual.

Em São Gonçalo, isso não se repete com a mesma frequência. Aparecida Panisset e seu filho, por exemplo, conseguiram uma votação pífia nas eleições para deputados em 2014. Graça Matos e os outros ficaram na suplência, só conseguindo suas vagas a deputado porque outros do PMDB garantiram suas cadeiras em outros cargos comissionados. Há alguns meses atrás, notícias se referiam ao dep. fed. Roberto Sales como “deputado de São Gonçalo”. Mas se perguntar na rua, ninguém sabe nem quem ele é. O ex-prefeito João Bravo tentou, mas teve meia dúzia de votos. Já Henry Charles, ninguém sabe ninguém viu.

Se olharmos para os vereadores, com exceção dos que estão se arriscando a prefeito (não à toa), o restante briga por uma miséria de votos, que não garante a representatividade de ninguém.

Diante desse cenário sem representantes locais, destacamos os dois estaduais: José Luis Nanci, que foi eleito por conta das coligações de seu partido, o PPS; e Nivaldo Mulim, irmão do atual prefeito. Porém, a situação para os dois últimos é tão estranha que, se qualquer um deles vier ao pleito, a derrota pode ser amarga.

A conclusão é que São Gonçalo não pertence à ninguém, literalmente. Qualquer amadorismo aqui será recebido com risadas.

Então, o que elegerá o próximo prefeito?

Se eu soubesse a resposta, seria marketeiro político. 🙂 Mas existe um caminho muito nítido: ganhará quem tiver a menor rejeição. Óbvio, não? Nem tanto.

Existe gente que acredita fielmente que Mulim ganhou por causa do Anthony Garotinho. Outros apostam a vida que foi por causa da passagem a R$1,50. Bobagem.

Quem decidiu a eleição de verdade foram os insatisfeitos com os ‪Panisset‬.

Ninguém sabia direito quem era o Mulim, mas havia a promessa da “novidade” política da cidade. Mal sabíamos que ele fez parte do famigerado governo Charles… você sabia? Foi assim que ele ganhou de virada, se tornando a única opção viável para derrotar o ex-governo.

Nas eleições de 2014, tivemos um número grande de pessoas anulando seus votos em São Gonçalo. Essa nulidade é problemática por dois motivos básicos:

1) Com menos votos válidos, os segmentos ganham força, elegendo qualquer um por um motivo banal, como ser da minha religião, “achei ele ou ela bonitos” ou “ele me deu o cimento, a cesta básica…”;

2) Depois do governo eleito, quem votou nulo e branco – gente que paga tantos impostos quanto quem votou – forma uma camada de insatisfeitos que ficam ainda mais revoltados com a incompetência do ocupante do poder.

O resultado? Não governa.

Em 2016 é muito possível que esses cenários aconteçam. Pois o descrédito após a aposta errada no Neilton Mulim deixou as pessoas com uma ojeriza ainda maior à política (sem falar nas questões da ‪Operação ‎LavaJato‬, crise econômica e tudo mais.

O recado final é claro: não adianta ser religioso ou forasteiro oportunista, prata da casa defeituosa, amigo do povo, se você não tiver um plano de governo que funcione para administrar a cidade e os diversos insatisfeitos que moram por aqui.

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

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