A cena é inusitada. Um cadeirante é flagrado rodando no meio da rua com sua cadeira motorizada. Na altura entre a rua Dezoito do Forte e o Shopping Partage, ele trafega em meio a carros e ônibus, desafiando os veículos bem maiores que ele. Confira o vídeo:
Acessibilidade em São Gonçalo é fundamental
Mas, qual o motivo que levou o cadeirante a ir para o meio da rua?
Para quem conhece o centro de São Gonçalo, o nosso Rodo, andar pelas ruas a pé já é difícil. Além do grande número de pessoas andando em calçadas e ruas desniveladas, projetadas há décadas atrás, há obstáculos diversos que só atrapalham o fluxo.
Naquele trecho onde o vídeo foi feito, por exemplo, a situação até poderia ser melhor caso a faixa da “linha do trem” fosse um acesso viável, sem pontos de acúmulo de lixo. Do outro lado, na calçada que leva ao Supermercado Extra e ao Shopping Partage, há os postes. Um projeto de fiação subterrânea seria fundamental para esse novo modelo de calçadas na cidade.
Acessibilidade é só para cadeirantes?
Não. Acessibilidade é para todos. E no momento atual, há um grupo pouco lembrado, mas que cada vez mais estará andando pelas ruas: os idosos. Com o avançar da idade, é comum que nós, seres humanos, tenhamos mais limitações físicas, dificultando nossa locomoção. E nesses casos, a diferença entre tropeçar e tombar mora nos detalhes das ruas. Bem como suas consequências.
As projeções mais recentes mostram que em poucas décadas, teremos 1/4 da população idosa no Brasil.
Ter ruas, calçadas, pontos de ônibus, entre outros itens do ambiente urbano que respeitem as normas ergonômicas básicas é requisito primário nas cidades do futuro.
Um bom exercício para a prefeitura seria começar essa reformulação pelos centros, o administrativo, Zé Garoto–Rodo, e o comercial, Alcântara. Acessibilidade já deixou de ser tendência há tempos. Hoje é obrigação.