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O Papai Noel, São Nicolau e a Coca-Cola

O Papai Noel, São Nicolau e a Coca-Cola

Odiado por alguns, amado por todos. Assim é o Papai Noel, o simpático velhinho que há mais de um século é o garoto propaganda do Natal, deixando a festa cristã mais agradável aos ateus e agnósticos.

A figura de alguém que usa a caridade na época do nascimento do Cristo vêm das histórias contadas na Legenda Áurea1 em especial as referentes à caridade escondida praticada por um bispo católico, são Nicolau de Mira.

Quem foi Nicolau de Mira

São Nicolau, cujo nome significa “protetor e defensor dos povos” foi tão popular na antiguidade que lhe consagraram no mundo mais de dois mil templos. Era invocado pelos fiéis nos perigos, nos naufrágios, nos incêndios e quando a situação econômica ficava difícil, conseguindo estes favores admiráveis por parte do santo.

Por ter sido tão amigo da Infância, em sua festa dá-se presentes às crianças, e como em alemão se chama “São Nikolaus”, começaram-no a chamar Santa Claus, sendo representado como um ancião vestido de vermelho, com uma barba muito branca, que ia de casa em casa repartindo presentes e doces às crianças. De São Nicolau escreveram muito belamente São João Crisóstomo e outros grandes Santos, mas sua biografia foi escrita pelo antigo Arcebispo de Constantinopla, São Metódio

Desde criança se caracterizou porque tudo o que conseguia o repartia entre os pobres. Os pais de Nicolau morreram cedo. Então, por recomendação de um tio, que o aconselhou a ir visitar a Terra Santa, Nicolau decidiu viajar até à Palestina e depois ao Egito. Durante a viagem, houve uma tempestade, que segundo a lenda, acalmou milagrosamente, quando Nicolau começou a rezar com toda a sua Fé. Foi este episódio que o transformou no padroeiro dos marinheiros e pescadores.

Quando voltou da sua viagem, decidiu que não queria viver mais em Patara e mudou-se para Mira, onde viveu na pobreza, já que tinha doado toda a sua herança aos mais pobres e desfavorecidos.

Na época do imperador romano Licino, perseguidor dos cristãos, Nicolau foi encarcerado e açoitado. Com o governo do imperador Constantino foram liberados ele e outros prisioneiros cristãos. O santo morreu em 6 de dezembro do ano 345. Em meados do século VI, o santuário onde este foi sepultado transformou-se numa nascente de água. Em 1087, os seus restos mortais foram transferidos para a cidade de Bari, na Itália., que se tornou num centro de peregrinação em sua homenagem. Milhares de milagres foram creditados como cedo sua obra, actualmente S. Nicolau é um dos Santos mais populares entre os cristãos e milhares de igrejas por toda a Europa receberam o seu nome (só em Roma existem 60 igrejas com o seu nome, na Inglaterra são mais de 400).

Seu culto chegou a ser extremamente popular em toda a Europa. É Padroeiro da Rússia, da Grécia e da Turquia. São Nicolau virou também padroeiro das crianças e dos marinheiros.

Depois da Reforma Protestante, os protestantes germânicos decidiram dar especial atenção a “ChristKindl” – ao Menino Jesus, transformando-o no “distribuidor” de presentes e transferindo a entrega de presentes para a Sua festa a 25 de Dezembro. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, esta ficou colocada no próprio dia de Natal. Os católicos continuam a comemorar seu dia na data de sua morte, 6 de dezembro.

Os nomes do Papai Noel

O nome Santa Claus vem da evolução paulatina do nome de São Nicolau: Nicklauss, Klaus e Santa Claus. O nosso Papai Noel vem do francês Père Noel. Em Portugal, ele é chamado de “Pai Natal”. Dizem que “Noel” provem de “Emanoel” (em hebraico “Deus conosco”) e seria referencia à pessoa que anuncia a presença do Menino Jesus entre os Homens.

A figura do imaginário popular

Clemente C. Moore, um professor de literatura grega em Nova Iorque, em 1822 escreveu um poema a seus filhos, “Uma visita de São Nicolau”, era a versão de que Noel viajava num trenó puxado por renas e entrava pela chaminé das casas. More hesitou em publicá-lo porque achou que dava uma imagem frívola do Pai Natal. Contudo, uma senhora, Harriet Butler, teve acesso ao poema através do filho de More e decidiu levá-lo ao editor do jornal Troy Sentinel, em Nova Iorque, o qual publicou o poema no Natal do ano seguinte em 1823. A partir daí, vários jornais e revistas publicaram o poema, mas sempre sem se mencionar o seu autor. Só em 1844, é que More reclamou a autoria do poema…

A explicação da chaminé vem da Finlândia, uma das fontes de inspiração do poema. Os antigos lapões viviam em pequenas tendas, como iglus, cobertas com pele de rena. A entrada era um buraco no telhado. De personagem real da Turquia, o Papai Noel imaginário passou a vir do Polo Norte.

A última e mais importante característica incluída na figura de Papai Noel é sua roupa vermelha e branca. Antigamente, ele vestia-se como bispo ou usava cores próximas do marrom, com uma coroa de azevinhos na cabeça ou nas mãos. Mas não havia padrão. Seu visual foi obra do cartunista Thomas Nast, na revista Haper’s Weeklys, em 1886, numa edição especial de Natal. em alguns lugares na Europa e no Canadá ele ainda é representado com os paramentos eclesiásticos de bispo e, ao invés de gorrinho vermelho, tem uma mitra episcopal.

O Papai Noel já apareceu com essas roupas na obra de Thomas Nast e em publicidades da Colgate, RCA Victor e Michelin, muito antes das campanhas da Coca-Cola.

A Tradição de pendurar meias na lareira ou deixar sapatos na janela originou-se de uma das muitas histórias sobre São Nicolau, em quem se inspira a figura do papai Noel. No passado, para uma moça era indispensável dispor de um dote para se casar. São Nicolau sobe da triste situação de uma família, sem recursos para o dote de suas filhas secretamente, ele jogou três pequenos sacos com moedas de ouro pela chaminé da casa da família. Os sacos caíram dentro das meias das moças, penduradas na lareira para secar. A história mais confiável é a que conta que Nicolau, sabendo que três pobres moças não tinham os dotes para o casamento e por isso o próprio pai, na loucura, lhes aconselhou a prostituição, atirou pela janela da casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes das jovens.

As renas do Papai Noel ou de o Pai Natal são as únicas renas do mundo que sabem voar, ajudando o Papai Noel entregar os presentes para as crianças do mundo todo na noite de Natal. Quando o Papai Noel ou o Pai Natal pede para serem rápidas, elas podem ser as mais rápidas renas do mundo. Mas quando ele quer, elas tornam-se lentas.

A quantidade de renas que puxam o trenó é controversa, tudo por causa da rena conhecida como Rudolph. Existe uma lenda que diz que Rudolph teria entrado para equipe de renas titulares por ter um nariz vermelho e brilhante, que ajuda a guiar as outras renas durante as tempestades. E, a partir daquele ano, a quantidade de renas passou a ser nove, diferente dos trenós tradicionais, puxados por oito renas.

Tal lenda foi criada em 1939 e retratada no filme Rudolph, a Rena do Nariz Vermelho (1960 e 1998). O nome das renas, em inglês são: Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzen. E em português são: Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago.

Cartas para santos ou de cunho religioso são uma prática existente desde a antiguidade, mas apenas a partir do século XX surgiu no mundo o ato de enviar cartas ao Papai Noel como um cunho familiar, ou seja, os pais da criança leem as cartas dela, e com a condição de serem bem comportadas durante o ano, recebem o presente como sendo de autoria do Papei Noel; às vezes de forma tão ensaiada que chegam a acreditar fielmente em sua existência.

Há versões oficiais ou semioficiais de papais noeis no mundo receptoras de correspondências, e correspondem de acordo com algum critério de seleção. É comum encontrá-los em shopping centers, praças centrais das cidades, hospitais e estabelecimentos públicos, etc. Na maioria destes lugares as cartas são entregues presencialmente ou depositadas no próprio ambiente.

No Brasil, os Correios oficialmente recebem cartas endereçadas ao Papai Noel desde 2001. As mensagens são enviadas aos funcionários do Correios, mas todos os brasileiros podem se voluntariar como um Papai Noel diretamente nas agências dos Correios do país. Os correios dos países escandinavos também têm programas parecidos, mas preparados para correspondências de todo o planeta, uma vez que a Lapônia é terra dada como sendo oficialmente da origem do Papai Noel. Na Finlândia inclusive, todas as cartas dirigidas a Papai Noel ou Santa Claus e com endereço Lapônia ou Pólo Norte são direcionadas para a agência em Rovaniemi (capital da província laponesa). As cartas recebidas com remetente recebem uma resposta em oito idiomas diferentes.

O garoto propaganda do Natal da Coca Cola

Haddon Hubbard “Sunny” Sundblom (1899-1976) foi um ilustrador estadunidense mais conhecido pelas imagens de Papai Noel que criou para a The Coca-Cola Company. Sundblom nasceu no Michigan, e estudou na American Academy of Art. Destacou-se por seu trabalho publicitário, mais precisamente as propagandas estreladas por Papai Noel pintadas para a The Coca-Cola Company na década de 1930.

Foi também criador da imagem do Quaker Oats (velho da Quaker) em 1957, que continua sendo utilizada nas embalagens de aveia Quaker até os dias de hoje. Em meados dos anos 1930, Sundblom começou a pintar pin-ups para calendários, trabalho que exerceu uma grande influência para muitos artistas do gênero, como Gil Elvgren, Joyce Ballantyne e Art Frahm. Sua última obra foi uma pintura para a capa da edição de Natal de 1972 da revista Playboy.

Conclusão Não se trata de demonizar nem de materializar a figura do Papai Noel. Sua figura tornou-se parte do imaginário gráfico mundial e totalmente relacionada ao Natal.

É uma cultura cristã que influenciou a toda a Civilização do Ocidente, tornando-se tema de várias obras de arte, seja gráfica, musical ou outra. Os críticos defendem que sua figura eclipsou a do Cristo, pois o Natal é uma festa religiosa cristã, mas como vimos acima, é por justamente a figura real de um bispo cristão que existe a figura alegórica.

Os defensores alegam que o Papai Noel faz com que o Natal possa ser “digerido” por todos, sem exceção, sejam eles católicos, protestantes ou mesmo ateus. Até o famoso ateu John Lennon compôs sua música “Happy Xmas (War Is Over)” em 1971 propositalmente colocando um “xis” no nome de Cristo. O Natal de Cristo passa a ser apenas mais um feriado e, com isso, mais comercial do que todos. Não é difícil ver mulheres nuas com o gorro de Papai Noel, coisa impensável num Presépio, por exemplo. A festa do Natal é religiosa por si mesma.

Os que não partilham da Fé Cristã podem ter algo dela, como a solidariedade e a paz. Se beneficiam com isso. É melhor do que simplesmente abolir o Natal. Feliz Natal a todos! Ho, ho, ho!

1- A Legenda Áurea ou Lenda Dourada (em latim: Legenda aurea ou Legenda sanctorum) é uma coletânea de narrativas hagiográficas reunidas por volta de 1260 d.C. pelo dominicano e futuro bispo de Gênova Jacopo de Varazze e que se tornou um sucesso durante a Idade Média.

Alexandre Martins
Alexandre Martinshttp://www.estudiomartins.com.br
Alexandre Martins é empresário cultural, desenhista, escritor, graduado pela EBA/UFRJ, catedrático da Academia Gonçalense de Letras, membro do Conselho Municipal de Cultura da cidade e presidente-fundador da SAL – Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo.

Odiado por alguns, amado por todos. Assim é o Papai Noel, o simpático velhinho que há mais de um século é o garoto propaganda do Natal, deixando a festa cristã mais agradável aos ateus e agnósticos.

A figura de alguém que usa a caridade na época do nascimento do Cristo vêm das histórias contadas na Legenda Áurea1 em especial as referentes à caridade escondida praticada por um bispo católico, são Nicolau de Mira.

Quem foi Nicolau de Mira

São Nicolau, cujo nome significa “protetor e defensor dos povos” foi tão popular na antiguidade que lhe consagraram no mundo mais de dois mil templos. Era invocado pelos fiéis nos perigos, nos naufrágios, nos incêndios e quando a situação econômica ficava difícil, conseguindo estes favores admiráveis por parte do santo.

Por ter sido tão amigo da Infância, em sua festa dá-se presentes às crianças, e como em alemão se chama “São Nikolaus”, começaram-no a chamar Santa Claus, sendo representado como um ancião vestido de vermelho, com uma barba muito branca, que ia de casa em casa repartindo presentes e doces às crianças. De São Nicolau escreveram muito belamente São João Crisóstomo e outros grandes Santos, mas sua biografia foi escrita pelo antigo Arcebispo de Constantinopla, São Metódio

Desde criança se caracterizou porque tudo o que conseguia o repartia entre os pobres. Os pais de Nicolau morreram cedo. Então, por recomendação de um tio, que o aconselhou a ir visitar a Terra Santa, Nicolau decidiu viajar até à Palestina e depois ao Egito. Durante a viagem, houve uma tempestade, que segundo a lenda, acalmou milagrosamente, quando Nicolau começou a rezar com toda a sua Fé. Foi este episódio que o transformou no padroeiro dos marinheiros e pescadores.

Quando voltou da sua viagem, decidiu que não queria viver mais em Patara e mudou-se para Mira, onde viveu na pobreza, já que tinha doado toda a sua herança aos mais pobres e desfavorecidos.

Na época do imperador romano Licino, perseguidor dos cristãos, Nicolau foi encarcerado e açoitado. Com o governo do imperador Constantino foram liberados ele e outros prisioneiros cristãos. O santo morreu em 6 de dezembro do ano 345. Em meados do século VI, o santuário onde este foi sepultado transformou-se numa nascente de água. Em 1087, os seus restos mortais foram transferidos para a cidade de Bari, na Itália., que se tornou num centro de peregrinação em sua homenagem. Milhares de milagres foram creditados como cedo sua obra, actualmente S. Nicolau é um dos Santos mais populares entre os cristãos e milhares de igrejas por toda a Europa receberam o seu nome (só em Roma existem 60 igrejas com o seu nome, na Inglaterra são mais de 400).

Seu culto chegou a ser extremamente popular em toda a Europa. É Padroeiro da Rússia, da Grécia e da Turquia. São Nicolau virou também padroeiro das crianças e dos marinheiros.

Depois da Reforma Protestante, os protestantes germânicos decidiram dar especial atenção a “ChristKindl” – ao Menino Jesus, transformando-o no “distribuidor” de presentes e transferindo a entrega de presentes para a Sua festa a 25 de Dezembro. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, esta ficou colocada no próprio dia de Natal. Os católicos continuam a comemorar seu dia na data de sua morte, 6 de dezembro.

Os nomes do Papai Noel

O nome Santa Claus vem da evolução paulatina do nome de São Nicolau: Nicklauss, Klaus e Santa Claus. O nosso Papai Noel vem do francês Père Noel. Em Portugal, ele é chamado de “Pai Natal”. Dizem que “Noel” provem de “Emanoel” (em hebraico “Deus conosco”) e seria referencia à pessoa que anuncia a presença do Menino Jesus entre os Homens.

A figura do imaginário popular

Clemente C. Moore, um professor de literatura grega em Nova Iorque, em 1822 escreveu um poema a seus filhos, “Uma visita de São Nicolau”, era a versão de que Noel viajava num trenó puxado por renas e entrava pela chaminé das casas. More hesitou em publicá-lo porque achou que dava uma imagem frívola do Pai Natal. Contudo, uma senhora, Harriet Butler, teve acesso ao poema através do filho de More e decidiu levá-lo ao editor do jornal Troy Sentinel, em Nova Iorque, o qual publicou o poema no Natal do ano seguinte em 1823. A partir daí, vários jornais e revistas publicaram o poema, mas sempre sem se mencionar o seu autor. Só em 1844, é que More reclamou a autoria do poema…

A explicação da chaminé vem da Finlândia, uma das fontes de inspiração do poema. Os antigos lapões viviam em pequenas tendas, como iglus, cobertas com pele de rena. A entrada era um buraco no telhado. De personagem real da Turquia, o Papai Noel imaginário passou a vir do Polo Norte.

A última e mais importante característica incluída na figura de Papai Noel é sua roupa vermelha e branca. Antigamente, ele vestia-se como bispo ou usava cores próximas do marrom, com uma coroa de azevinhos na cabeça ou nas mãos. Mas não havia padrão. Seu visual foi obra do cartunista Thomas Nast, na revista Haper’s Weeklys, em 1886, numa edição especial de Natal. em alguns lugares na Europa e no Canadá ele ainda é representado com os paramentos eclesiásticos de bispo e, ao invés de gorrinho vermelho, tem uma mitra episcopal.

O Papai Noel já apareceu com essas roupas na obra de Thomas Nast e em publicidades da Colgate, RCA Victor e Michelin, muito antes das campanhas da Coca-Cola.

A Tradição de pendurar meias na lareira ou deixar sapatos na janela originou-se de uma das muitas histórias sobre São Nicolau, em quem se inspira a figura do papai Noel. No passado, para uma moça era indispensável dispor de um dote para se casar. São Nicolau sobe da triste situação de uma família, sem recursos para o dote de suas filhas secretamente, ele jogou três pequenos sacos com moedas de ouro pela chaminé da casa da família. Os sacos caíram dentro das meias das moças, penduradas na lareira para secar. A história mais confiável é a que conta que Nicolau, sabendo que três pobres moças não tinham os dotes para o casamento e por isso o próprio pai, na loucura, lhes aconselhou a prostituição, atirou pela janela da casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes das jovens.

As renas do Papai Noel ou de o Pai Natal são as únicas renas do mundo que sabem voar, ajudando o Papai Noel entregar os presentes para as crianças do mundo todo na noite de Natal. Quando o Papai Noel ou o Pai Natal pede para serem rápidas, elas podem ser as mais rápidas renas do mundo. Mas quando ele quer, elas tornam-se lentas.

A quantidade de renas que puxam o trenó é controversa, tudo por causa da rena conhecida como Rudolph. Existe uma lenda que diz que Rudolph teria entrado para equipe de renas titulares por ter um nariz vermelho e brilhante, que ajuda a guiar as outras renas durante as tempestades. E, a partir daquele ano, a quantidade de renas passou a ser nove, diferente dos trenós tradicionais, puxados por oito renas.

Tal lenda foi criada em 1939 e retratada no filme Rudolph, a Rena do Nariz Vermelho (1960 e 1998). O nome das renas, em inglês são: Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzen. E em português são: Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago.

Cartas para santos ou de cunho religioso são uma prática existente desde a antiguidade, mas apenas a partir do século XX surgiu no mundo o ato de enviar cartas ao Papai Noel como um cunho familiar, ou seja, os pais da criança leem as cartas dela, e com a condição de serem bem comportadas durante o ano, recebem o presente como sendo de autoria do Papei Noel; às vezes de forma tão ensaiada que chegam a acreditar fielmente em sua existência.

Há versões oficiais ou semioficiais de papais noeis no mundo receptoras de correspondências, e correspondem de acordo com algum critério de seleção. É comum encontrá-los em shopping centers, praças centrais das cidades, hospitais e estabelecimentos públicos, etc. Na maioria destes lugares as cartas são entregues presencialmente ou depositadas no próprio ambiente.

No Brasil, os Correios oficialmente recebem cartas endereçadas ao Papai Noel desde 2001. As mensagens são enviadas aos funcionários do Correios, mas todos os brasileiros podem se voluntariar como um Papai Noel diretamente nas agências dos Correios do país. Os correios dos países escandinavos também têm programas parecidos, mas preparados para correspondências de todo o planeta, uma vez que a Lapônia é terra dada como sendo oficialmente da origem do Papai Noel. Na Finlândia inclusive, todas as cartas dirigidas a Papai Noel ou Santa Claus e com endereço Lapônia ou Pólo Norte são direcionadas para a agência em Rovaniemi (capital da província laponesa). As cartas recebidas com remetente recebem uma resposta em oito idiomas diferentes.

O garoto propaganda do Natal da Coca Cola

Haddon Hubbard “Sunny” Sundblom (1899-1976) foi um ilustrador estadunidense mais conhecido pelas imagens de Papai Noel que criou para a The Coca-Cola Company. Sundblom nasceu no Michigan, e estudou na American Academy of Art. Destacou-se por seu trabalho publicitário, mais precisamente as propagandas estreladas por Papai Noel pintadas para a The Coca-Cola Company na década de 1930.

Foi também criador da imagem do Quaker Oats (velho da Quaker) em 1957, que continua sendo utilizada nas embalagens de aveia Quaker até os dias de hoje. Em meados dos anos 1930, Sundblom começou a pintar pin-ups para calendários, trabalho que exerceu uma grande influência para muitos artistas do gênero, como Gil Elvgren, Joyce Ballantyne e Art Frahm. Sua última obra foi uma pintura para a capa da edição de Natal de 1972 da revista Playboy.

Conclusão Não se trata de demonizar nem de materializar a figura do Papai Noel. Sua figura tornou-se parte do imaginário gráfico mundial e totalmente relacionada ao Natal.

É uma cultura cristã que influenciou a toda a Civilização do Ocidente, tornando-se tema de várias obras de arte, seja gráfica, musical ou outra. Os críticos defendem que sua figura eclipsou a do Cristo, pois o Natal é uma festa religiosa cristã, mas como vimos acima, é por justamente a figura real de um bispo cristão que existe a figura alegórica.

Os defensores alegam que o Papai Noel faz com que o Natal possa ser “digerido” por todos, sem exceção, sejam eles católicos, protestantes ou mesmo ateus. Até o famoso ateu John Lennon compôs sua música “Happy Xmas (War Is Over)” em 1971 propositalmente colocando um “xis” no nome de Cristo. O Natal de Cristo passa a ser apenas mais um feriado e, com isso, mais comercial do que todos. Não é difícil ver mulheres nuas com o gorro de Papai Noel, coisa impensável num Presépio, por exemplo. A festa do Natal é religiosa por si mesma.

Os que não partilham da Fé Cristã podem ter algo dela, como a solidariedade e a paz. Se beneficiam com isso. É melhor do que simplesmente abolir o Natal. Feliz Natal a todos! Ho, ho, ho!

1- A Legenda Áurea ou Lenda Dourada (em latim: Legenda aurea ou Legenda sanctorum) é uma coletânea de narrativas hagiográficas reunidas por volta de 1260 d.C. pelo dominicano e futuro bispo de Gênova Jacopo de Varazze e que se tornou um sucesso durante a Idade Média.

Alexandre Martins
Alexandre Martinshttp://www.estudiomartins.com.br
Alexandre Martins é empresário cultural, desenhista, escritor, graduado pela EBA/UFRJ, catedrático da Academia Gonçalense de Letras, membro do Conselho Municipal de Cultura da cidade e presidente-fundador da SAL – Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo.

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