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Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador

Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador

Difíceis! Assim poderíamos definir as eleições 2014. Depois do tão comentado e pouco resolutivo “junho de 2013”, e em meio a tantos sentimentos de mudança, parece que as pessoas escolheram um caminho curioso: não mudar. Seja no âmbito nacional ou estadual, Aécio e Crivella foram taxados como retrocesso pela situação. Os motivos eram diferentes, mas o canto do “vamos voltar ao passado” ecoou forte, fazendo com que Dilma (Lula) e Pezão (Cabral) continuassem seus mandatos para além de uma década. Talvez sua pergunta seja a mesma que a minha: e São Gonçalo com isso?

Em todos os lugares que vou, me perguntam sobre o SIM São Gonçalo. Sempre repito a mesma coisa: somos a 16ª maior cidade do país, e estamos entre as 17 com mais de 1.000.000 de habitantes no Brasil. E um lugar com muita gente, tem muitas oportunidades, muita possibilidade de crescimento e, claro, muito voto.

Nunca fomos tão comentados nas propagandas eleitorais. Falar “São Gonçalo” apenas, não bastou. “Alcântara” e “Jardim Catarina” tiveram seus momentos. “Marqueteiro” bom sabe que não se ganha um território imenso falando apenas o seu nome de forma genérica. Tem que conhecer o bairro, o detalhe. E assim foram, seguindo a cartilha bonitinha.

Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Anthony Garotinho, Lindberg Farias, Clarissa Garotinho e Marcelo Crivella fazendo campanha no 2º turno dentro do Jardim Catarina, São Gonçalo.

No total, Marcelo Crivella obteve 52,13% dos votos gonçalenses contra 47,87% de Luiz Fernando Pezão. Alguns dirão que votamos “com a Bíblia na mão”, expressão usada para falar sobre o “voto evangélico”. Particularmente, não consigo acreditar apenas nessa hipótese. Ainda me iludo na crença de que há algo a mais nesse novo momento.

Com exceção de Nova Iguaçu, em Duque de Caxias, Belford Roxo, Magé e São João de Meriti a votação de Crivella foi superior a de Pezão. Diferente de algumas dessas cidades, a cultura da “família dominante” na política não tem a mesma força por aqui. Uma explicação para isso talvez seja a origem delas passado. Longe da capital, a baixada foi um lugar de baixos investimentos no passado. Do lado oposto, São Gonçalo já foi uma importante cidade industrial (anos 40-50), colada à uma capital de estado, como foi Niterói (RJ) até os anos 70. Isso faz daqui uma cidade em decadência, que agora vê sua esperança em protagonizar novas mudanças com a presença do Comperj em Itaboraí.

Um dia após eleito, uma das coisas que Pezão fez questão de dizer foi sobre a criação de uma possível “supersecretaria” para assuntos metropolitanos. Ele já entendeu o recado do voto. Entendeu também que São Gonçalo e a Baixada podem votar parecidos. Sem falar que ainda tem zona oeste carioca, que pode facilmente se afinar com esse perfil “do contra”, cuja tendência é crescer ainda mais. Imagina Santa Cruz, Campo Grande, Santíssimo, Nova Iguaçu e toda a “pobre” zona norte entrando nesse jogo? São milhões de votos na região metropolitana e parece que ninguém quer se arriscar a fazer tanta besteira com um cenário como esse.

Políticos e empresários sabem disso. Entendem a importância estratégica da cidade, a falta de líderes fortes (e porque não no estado?) e a sede por investimentos em infraestrutura. Pode apostar, nos próximos anos, teremos ainda mais promessas feitas para a cidade que, se não forem cumpridas, só terão rejeição da população. Ou alguém já se esqueceu que São Gonçalo elegeu um prefeito que quase chegou em terceiro lugar no 1º turno em 2012?

Mulim que o diga! E pelo andar da carruagem, irá sofrer as mesmas consequências das promessas do famoso ônibus a R$1,50.

Reveja o resultado da eleição no 1º turno e nosso comentário sobre cada um dos candidatos:

Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Luiz Fernando Pezão e Marcelo Crivella, respectivamente o 1º e 2º lugar nas eleições para governador do estado do Rio de Janeiro
Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Anthony Garotinho – 3º Lugar nas eleições 2014
Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Lindberg Farias – 4º Lugar nas eleições 2014
Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Tarcísio Mota – 5º Lugar nas eleições 2014
Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Romário de Souza Faria: Senador eleito, mais votado na história do Rio de Janeiro
Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

Difíceis! Assim poderíamos definir as eleições 2014. Depois do tão comentado e pouco resolutivo “junho de 2013”, e em meio a tantos sentimentos de mudança, parece que as pessoas escolheram um caminho curioso: não mudar. Seja no âmbito nacional ou estadual, Aécio e Crivella foram taxados como retrocesso pela situação. Os motivos eram diferentes, mas o canto do “vamos voltar ao passado” ecoou forte, fazendo com que Dilma (Lula) e Pezão (Cabral) continuassem seus mandatos para além de uma década. Talvez sua pergunta seja a mesma que a minha: e São Gonçalo com isso?

Em todos os lugares que vou, me perguntam sobre o SIM São Gonçalo. Sempre repito a mesma coisa: somos a 16ª maior cidade do país, e estamos entre as 17 com mais de 1.000.000 de habitantes no Brasil. E um lugar com muita gente, tem muitas oportunidades, muita possibilidade de crescimento e, claro, muito voto.

Nunca fomos tão comentados nas propagandas eleitorais. Falar “São Gonçalo” apenas, não bastou. “Alcântara” e “Jardim Catarina” tiveram seus momentos. “Marqueteiro” bom sabe que não se ganha um território imenso falando apenas o seu nome de forma genérica. Tem que conhecer o bairro, o detalhe. E assim foram, seguindo a cartilha bonitinha.

Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Anthony Garotinho, Lindberg Farias, Clarissa Garotinho e Marcelo Crivella fazendo campanha no 2º turno dentro do Jardim Catarina, São Gonçalo.

No total, Marcelo Crivella obteve 52,13% dos votos gonçalenses contra 47,87% de Luiz Fernando Pezão. Alguns dirão que votamos “com a Bíblia na mão”, expressão usada para falar sobre o “voto evangélico”. Particularmente, não consigo acreditar apenas nessa hipótese. Ainda me iludo na crença de que há algo a mais nesse novo momento.

Com exceção de Nova Iguaçu, em Duque de Caxias, Belford Roxo, Magé e São João de Meriti a votação de Crivella foi superior a de Pezão. Diferente de algumas dessas cidades, a cultura da “família dominante” na política não tem a mesma força por aqui. Uma explicação para isso talvez seja a origem delas passado. Longe da capital, a baixada foi um lugar de baixos investimentos no passado. Do lado oposto, São Gonçalo já foi uma importante cidade industrial (anos 40-50), colada à uma capital de estado, como foi Niterói (RJ) até os anos 70. Isso faz daqui uma cidade em decadência, que agora vê sua esperança em protagonizar novas mudanças com a presença do Comperj em Itaboraí.

Um dia após eleito, uma das coisas que Pezão fez questão de dizer foi sobre a criação de uma possível “supersecretaria” para assuntos metropolitanos. Ele já entendeu o recado do voto. Entendeu também que São Gonçalo e a Baixada podem votar parecidos. Sem falar que ainda tem zona oeste carioca, que pode facilmente se afinar com esse perfil “do contra”, cuja tendência é crescer ainda mais. Imagina Santa Cruz, Campo Grande, Santíssimo, Nova Iguaçu e toda a “pobre” zona norte entrando nesse jogo? São milhões de votos na região metropolitana e parece que ninguém quer se arriscar a fazer tanta besteira com um cenário como esse.

Políticos e empresários sabem disso. Entendem a importância estratégica da cidade, a falta de líderes fortes (e porque não no estado?) e a sede por investimentos em infraestrutura. Pode apostar, nos próximos anos, teremos ainda mais promessas feitas para a cidade que, se não forem cumpridas, só terão rejeição da população. Ou alguém já se esqueceu que São Gonçalo elegeu um prefeito que quase chegou em terceiro lugar no 1º turno em 2012?

Mulim que o diga! E pelo andar da carruagem, irá sofrer as mesmas consequências das promessas do famoso ônibus a R$1,50.

Reveja o resultado da eleição no 1º turno e nosso comentário sobre cada um dos candidatos:

Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Luiz Fernando Pezão e Marcelo Crivella, respectivamente o 1º e 2º lugar nas eleições para governador do estado do Rio de Janeiro
Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Anthony Garotinho – 3º Lugar nas eleições 2014
Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Lindberg Farias – 4º Lugar nas eleições 2014
Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Tarcísio Mota – 5º Lugar nas eleições 2014
Eleições 2014: uma leitura dos candidatos a governador
Romário de Souza Faria: Senador eleito, mais votado na história do Rio de Janeiro
Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

2 COMENTÁRIOS

  1. É infelizmente continuamos na mesma, o povo se ilude bastou apenas asfaltar meia dúzia de ruas no final de 2013 para 2014 que Pezão conquistou quase 48% dos votos, triste muito triste sou realista não acredito em linha 3, três linhas de BRT e blá, blá, blá as barcas que é muito mais fácil e barato não saiu do papel e sequer temos uma canoa para atravessar a poça!!! Espero no mínimo e que tenhamos segurança, não que São Gonçalo tenha sido um paraíso no passado mas já joguei muita bola de gude e soltei muita pipa na rua, hoje já não é um atividade tão comum (tudo bem sei que a internet colabora bastante) mas queria ao menos que a minha filhinha que hoje tem 5 meses pudesse andar na rua de bicicleta e pudesse acompanha-la tendo como único medo e cuidado o de ela não ralar o joelhinho.

    • oi, Ronaldo. Talvez não seja “ilusão” o que o povo sente, mas uma falta de horizonte mesmo. Os quadros são os mesmos pelo desinteresse das pessoas pelo estado. Infelizmente, é um cenário que está longe de mudar, especialmente porque estamos num momento de renovação de ciclo político. Agora é aguardar para ver. Esperamos que sua filha consiga brincar nas ruas, assim como nós. 🙂

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  1. É infelizmente continuamos na mesma, o povo se ilude bastou apenas asfaltar meia dúzia de ruas no final de 2013 para 2014 que Pezão conquistou quase 48% dos votos, triste muito triste sou realista não acredito em linha 3, três linhas de BRT e blá, blá, blá as barcas que é muito mais fácil e barato não saiu do papel e sequer temos uma canoa para atravessar a poça!!! Espero no mínimo e que tenhamos segurança, não que São Gonçalo tenha sido um paraíso no passado mas já joguei muita bola de gude e soltei muita pipa na rua, hoje já não é um atividade tão comum (tudo bem sei que a internet colabora bastante) mas queria ao menos que a minha filhinha que hoje tem 5 meses pudesse andar na rua de bicicleta e pudesse acompanha-la tendo como único medo e cuidado o de ela não ralar o joelhinho.

    • oi, Ronaldo. Talvez não seja “ilusão” o que o povo sente, mas uma falta de horizonte mesmo. Os quadros são os mesmos pelo desinteresse das pessoas pelo estado. Infelizmente, é um cenário que está longe de mudar, especialmente porque estamos num momento de renovação de ciclo político. Agora é aguardar para ver. Esperamos que sua filha consiga brincar nas ruas, assim como nós. 🙂

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