Logo na primeira semana de janeiro, publiquei aqui no SIM São Gonçalo a minha visão sobre a participação da primeira-dama, Eliane Nanci, no governo de seu esposo, José Luiz Nanci. Se você não leu, vale a pena clicar no link e conferir.
Eis que agora, após sucessivas nomeações e exonerações de seus parentes em cargos comissionados na prefeitura, Eliane Nanci retorna ao diário oficial. Agora, num dos lugares mais importantes da prefeitura: a chefia de gabinete.
Entretanto, estar num cargo de confiança ao lado do prefeito e mandar mais que ele não é novidade em São Gonçalo. Uma história bem parecida aconteceu no mandato anterior, com o famigerado governo Neilton Mulim (2013-2016).
Eliane Nanci e Sandro Almeida: o mesmo poder, com trajetórias diferentes
O Jornal Daki já havia falado sobre essa similaridade em março/2017. Entretanto, em jogos de poder, tudo pode mudar em poucos meses.
Assim como na época de Mulim, onde o governo de facto era exercido por Sandro, na gestão José Luiz Nanci é Eliane quem direciona as ações, segundo os próprios vereadores.
Pessoalmente, não vejo problema em uma outra pessoa estar auxiliando o dito “principal”. Sabemos que decisões monocráticas, quando equivocadas, não dão muito futuro aos governantes.
Ainda sim, as relações que configuram nepotismo precisam ser avaliadas. É preciso checar as irregularidades neste caso particular, onde a esposa ocupa um cargo comissionado.
Vale observar que esse cenário atual, onde são eleitos líderes fracos, é um reflexo da dificuldade de se impor na política brasileira. Isso faz com que novos nomes surjam “por dentro” do sistema.
Diferente de Eliane, que tem o companheirismo do esposo, Sandro Almeida parece não ter tido a mesma resposta de Neilton Mulim. Segundo dizem, Mulim investiu tudo na campanha do irmão, Nivaldo Mulim, preterindo Sandro. As fofocas desse House of Cards Gonçalense são frequentes.
Futuro da Grande São Gonçalo em 2018 e 2020
Eliane Nanci e Sandro Almeida têm posturas firmes e sabem se expressar. Por conta dessas características, ambos são nomes cotados para as eleições de 2018, como candidatos a deputados estaduais.
No caso de Eliane, a transferência de votos seria facilmente feita, especialmente por conta do sobrenome NANCI estampado nos materiais de campanha.
Já Sandro, apesar de estar virtualmente ligado a Dejorge Patrício, dependerá de uma vitória na ALERJ para que seu futuro se defina. Se isso se confirmar, será o candidato de 2020. Afinal, sua visão e formação são nitidamente mais expressivas que a do candidato do PRB, que virá a deputado federal e precisará ganhar para se afirmar.
Depois de toda essa análise superficial, minha única pergunta é: quando todos iremos trabalhar em conjunto para os projetos de uma nova São Gonçalo?
Com uma Câmara de Vereadores fraca e um prefeito nada inovador, a única certeza é que a cidade só se movimenta por conta dos cidadãos que trabalham para termos uma São Gonçalo melhor.