Um governo inútil é capaz de atos infames para se manter no poder. Em São Gonçalo, querendo encobrir sua invalidez, o prefeito Mulim permite a circulação ilegal das vans, onde a passagem é mais barata, ignorando a proibição da Justiça e acumulando multas que ultrapassam R$ 600 mil.
A passagem cobrada nas vans custa R$ 2,10, um real a menos que a passagem dos ônibus municipais. Decepcionado com um governo que nada criou em benefício do povo, esta diferença sustenta o último fio de paciência do cidadão que vive com menos de um salário mínimo por mês. Por isso, o maior favorecido pela operação do perigoso transporte alternativo é o atual governo, tão marcado pela incompetência quanto o governo anterior.
Mulim não cumpriu nenhuma das promessas de campanha, sequer discutiu seu plano de governo com a sociedade e percebeu que corria sérios riscos de cair em desgraça na opinião popular. Assim, como se São Gonçalo fosse uma cidade sem lei, pisou no acordo com o consórcio das empresas de ônibus e deu a si mesmo o falso título de bom administrador que reduziu o valor da passagem. Ele almeja ser o herói que derrotou o poderoso cartel dos transportes, inimigo que não aceitou a redução da passagem para R$ 1,50, principal promessa não cumprida.
Se não for preso, Neilton continuará tratando São Gonçalo como cidade rebelde, destacada do estado do Rio de Janeiro, rindo da inocência da Justiça que insiste em apenas multá-lo. A população precisa de transporte barato mas digno, não esta modalidade sofrível, que arrisca a vida dos passageiros ao circular superlotada e de maneira imprudente.
Morar em São Gonçalo é uma aventura arriscada: quem não olha para baixo enquanto caminha, cai em um buraco; quem atravessa a rua distraidamente, corre grande perigo, mesmo utilizando a faixa de pedestres. No entanto, a maior ameaça que sofremos vem do governo municipal, que se ampara na ilegalidade para administrar a cidade que vivemos.