Este post nasceu da indignação dos moradores e moradoras que residem no entorno da Praça da Venda da Cruz. O lugar, uma referência no bairro, agora está entregue às baratas. Literalmente.
Saiba Mais: Conheça a história do bairro Venda da Cruz.
Antes das eleições 2018, um secretário do governo Nanci, candidato a deputado estadual, estava no local pedindo votos e fazendo sua campanha normalmente.
Eis que uma moradora se aproxima e pergunta se o pessoal da prefeitura, que estava podando as árvores, poderia podá-las melhor, pois os funcionários só cortavam os galhinhos de baixo.
Prontamente, o candidato a deputado e sua equipe fizeram aquele “teatro”, “ligando” para a prefeitura. Prometeram que, em poucos dias, o caminhão cesta estaria na praça para dar uma poda mais adequada às árvores.
Dias depois do combinado, nada de equipe da prefeitura. “Se antes de eleição prometem e não cumprem, imagina depois”, disseram os moradores que entraram em contato comigo.
E assim ganhamos mais um capítulo da nossa série “cidade quebrada“.
Praça da Venda da Cruz: lixo e degradação
Segundo moradores, a praça da Venda da Cruz é tudo hoje, menos uma praça. Nesta matéria do O São Gonçalo, em abril, o jornal já mostrava o abandono do local.
Moradores de rua tornaram-se comuns no bairro. Por ser um centro comercial regional, é natural que com a crise econômica que estamos as pessoas sejam atraídas para o local.
Entretanto, há moradores, especialmente os mais antigos, que se assustam com essa realidade, onde pessoas dormem nas calçadas ou fazem praça de lar. Consequentemente, é possível encontrar colchões e, até mesmo, fogões na antiga pracinha.
Sem crianças, sem famílias, sem lazer
Os moradores também reclamam da falta de espaço para as crianças. Os brinquedos do parquinho estão em péssimo estado de conservação.
As fezes dos animais também são um problema frequente, o que inviabiliza ainda mais a participação dos pequenos na antiga praça da venda da cruz.
Mas o maior problema é o lixo.
Segundo frequentadores, ser um bairro limítrofe com Niterói é algo que atrapalha a dinâmica do recolhimento do lixo.
Os coletores de lixo de Niterói passam ali 3 vezes por semana: terças, quintas e sábados.
Porém, o lado Tenente Jardim, que já é “Niterói”, tem um agravante: os coletores não passam por ali. Por sua vez, o coletor de lixo de São Gonçalo também não passa com regularidade em algumas ruas transversais do bairro. O resultado disso é que a praça virou um “ponto de encontro do lixo”. Essa foi a forma que todos encontraram para terem seus resíduos recolhidos.
A aglutinação de lixo atrai bichos, insetos e muito mau cheiro na região. Um dos efeitos colaterais é a grande quantidade de pombos que, além de trazer doenças, também são suspeitos de terem contribuído na explosão de um transformador de energia na praça, há pouco tempo atrás.
Os moradores lamentam a inutilização da praça. Especialmente aqueles que já viveram bons momentos na Praça da Venda da Cruz. Eles e elas esperam que a praça ainda possa voltar a ser o que já foi: um ponto de encontro no bairro e local de lazer da população.