São Gonçalo comemora 126 anos de emancipação política hoje, 22 de setembro! Muitos reclamam da escassa oferta de trabalho e lazer, mas poucos se dedicam ao desenvolvimento gonçalense. No aniversário da cidade, que tal oferecer a ela um pequeno gesto de carinho como presente?
Aproveitando o feriado municipal, você pode escolher uma dessas opções simples: enviar uma reclamação ou sugestão para a Ouvidoria da Prefeitura, analisar com amigos as propostas dos candidatos a prefeito, doar material reciclável para o Albergue da Misericórdia ou escrever e compartilhar nas redes sociais seu relacionamento com a cidade. Como gosto de escrever, escolhi a última opção, lá vai:
Quando acordo, penso nas maravilhas e mazelas gonçalenses. Saio de casa de manhã e, da calçada, olho para os dois lados da minha rua, nunca varrida pela Prefeitura. Sacos e copos plásticos se ajuntam no bueiro. De vez em quando, um vizinho varre.
Começo a caminhar e vejo a barricada de sofás rasgados, pedras, troncos e geladeira velha que divide minha rua em duas. Ouço o som dela sendo arrastada por homens e mulheres que desejam ir ao trabalho ou buscar o filho na escola. É o barulho mais deprimente que conheço, ferro contra concreto, som do fracasso da luta do estado do Rio contra a violência.
Continuo caminhando desde o Vila Três e chego ao centro de Alcântara, cheio de pilhas de lixo nas esquinas. Uma rápida observação das pilhas fedorentas leva à conclusão de que são perfeitamente recicláveis. A hipocrisia impede o governo Mulim de aproveitar este potencial econômico.
Sobre as maravilhas, recentemente visitei o Porto da Madama pela primeira vez. Lá tem uma estação de trem antiga, linda e emocionante, apesar do abandono. Outro patrimônio histórico se deteriorando, como a magnífica Fazenda Colubandê, por culpa dos parasitas políticos.
Nos fins de semana, vende-se de tudo no meio das ruas do Porto da Madama. As pessoas se olham e se esbarram como se fossem parentes vivendo dentro da mesma casa, São Gonçalo. O povo olha os produtos no chão, quer saber a qualidade, o preço, fala alto, mas com naturalidade, e abertamente as pessoas dependem umas das outras. A alma gonçalense pode ser tocada. Alcântara é mais cosmopolita do que o Porto da Madama, onde há menos lojas e a inocência é evidente.
Fotografei a estação de trem e peguei o ônibus de volta pra casa. À noite continuo pensando em São Gonçalo, agora com 126 anos, espelho das maravilhas contraditórias brasileiras, até a hora de dormir.
Li seu texto. Gostei. Moro no Porto da Pedra e acreditei sinceramente que o Shopping iria transformar o meu bairro…lêdo engano. O que aumentou foi a violência e a certeza de que estamos abandonados pelo poder público.
Acreditei que haveria um terminal de barcas na praia das Pedrinhas, e que eu iria trabalhar no centro do RJ em um transporte porta a porta…lêdo engano…
Acreditei no metrô, acreditei na despoluição da Baia de Guanabara….acreditei
Como você, caro Mário, olhamos a cidade com tristeza. Temos certeza que se mais pessoas se indignassem, teríamos melhor qualidade de vida.
Na minha opinião, não há o que se comemorar hoje.
Obrigado, André. Realmente olho a cidade com tristeza porque ela poderia ser melhor.
Considero seu comentário um presente para São Gonçalo porque você dividiu sua opinião como cidadão.
Se quiser alguns motivos para comemorar, clique, por favor, no link abaixo:
https://simsaogoncalo.com.br/sao-goncalo/o-goncalense-tem-motivos-para-se-orgulhar/