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Falta de visão – O que não te contaram sobre as eleições em São Gonçalo – Parte 2/3

Falta de visão – O que não te contaram sobre as eleições em São Gonçalo – Parte 2/3

Oi, tudo bem? Conseguiu ler o 1º capítulo da série? Se ainda não, clique no link para não perder uma linha. Agora, vamos à segunda parte! Prepare-se para ler o que você já sabe, mas com detalhes.

“Empreguinho” à vista: a moeda de troca municipal

A frase é: “Em terra de cego, quem tem um olho só é rei”. Esse velho ditado continua fazendo sentido nos dias de hoje. Entretanto, na política brasileira o importante não é ter olhos, pelo contrário. Quanto mais se fizer de cego, mais longe irá.

Na política gonçalense não é diferente. A atual câmara de vereadores de São Gonçalo é um exemplo dessa dificuldade de enxergar a cidade a longo prazo. Aí, você me pergunta: culpa da população por escolher mal ou dos políticos por não cumprir as promessas? Os dois. Afinal, quando as promessas são “vou te arrumar um empreguinho na prefeitura”, ao invés de “vou trabalhar para remodelarmos o sistema de coleta de lixo”, talvez o político não esteja sendo tão desonesto assim. Muitos até cumprem exatamente o que prometeram para aqueles poucos eleitores que o elegeram, arrumando aqueles trabalhinhos onde basta “bater o cartão” fingindo ser funcionário.

Alguns lerão isso e pensarão: “Tá certo! Tem arrumar empreguinho pra mim, sim! Eu votei nele por isso!” Outros dirão: “Mas qual o mal nisso? Ele fez a parte dele!” Aí eu te pergunto: vale a pena discutir com essas pessoas? Se eu fosse você, não perderia meu tempo. Entretanto, esses fatos comprovam que a falta de visão é crônica e só há um remédio capaz de curá-la: melhora da economia e da infraestrutura.

Achou que eu fosse falar educação, não é? Desculpe decepcionar. Mas não é tão óbvio assim. Vou te explicar o porquê.

Visão e educação formal nem sempre estão juntas

Durante muito tempo no Brasil, poucos tinham acesso à educação superior. As carreiras eram tão limitadas quanto o número de pessoas. Ou seja, você poderia escolher entre Medicina, Direito, Engenharia e… bem, depois de formado, as opções aumentavam um pouco. Você poderia ser professor, exercer sua profissão ou partir para uma outra carreira, caindo direto na prática. Era assim com o jornalismo, por exemplo.

Outro caminho se dava nas forças armadas. Não à toa, tivemos tanta influência dos militares no governo, o que culminou no golpe de 64. Sim, se você deixar seu preconceito no armário, vai ver que muitos militares também eram pensadores, homens inteligentes que, da foram deles, pensaram boa parte desse país que hoje temos.

Só que muita coisa mudou da metade do século para cá. Inclusive o acesso à educação. Com mais gente, consequentemente, não conseguimos formar os professores necessários, nem amadurecer o pensamento. Houve problemas? Sim. Mesmo assim, com as políticas de inclusão, conseguimos aumentar o número de pessoas com diploma na mão, especialmente com ensino superior. Porém, essas pessoas também caíram na armadilha do “eu tenho diploma e sou melhor que você.” Aí, no momento que nós deveríamos puxar os irmãos para o caminho da luz, com mais educação e informação, viramos as costas, no melhor estilo “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

Ou seja, toda aquela “educação” não serviu muito para ampliar os horizontes, só para alimentar o seu próprio orgulho em ser “alguém” na sociedade. E para onde foi a sua visão de mundo? Para o seu próprio umbigo.

Visão econômica nos dá condições de melhorar

A falta de visão política emperra quando o assunto é economia e infraestrutura. Motivo? Preguiça! Estudar os problemas e como resolvê-los dá trabalho. Essa falta de visão coletiva força os políticos a manterem-se “cegos”, gritando “SAÚDE, EDUCAÇÃO e SEGURANÇA” em todos os lugares possíveis. Eles sabem que a população é desamparada, preferindo vender promessas a explicar como sair disso.

Quando falamos de infraestrutura então… quantos deles sabem ao certo quais os processos necessários para melhorar os serviços públicos? O mais fácil é colocar a culpa em alguém. Ninguém quer liderar “essa bagunça que aí está”.

Portanto, se você quer ser político, é melhor começar a se inteirar mais sobre as questões licitatórias, audiências públicas e regulação dos serviços. Sem isso, não irá sair do lugar.

Falta de ambição: fechando a mente com chave de ouro

Numa cidade com “mais de 1 milhão de habitantes”, é uma pena ter políticos locais tão tristes, que não consigam enxergar sua “carreira política” indo além de uma cadeira de vereador ou deputado. Qualquer um sabe que São Gonçalo não está isolada no mundo, pelo contrário. Com mais de 11 milhões de pessoas, fazemos parte de uma das maiores regiões metropolitanas do mundo, o que não justifica não ocuparmos as instâncias maiores de governo. Não temos força na representação das decisões mais importantes do estado e do país. Uma prova disso é ver que a linha 4 do metrô saiu antes da linha 3.

Assim fechamos com “chave-de-ouro” esse capítulo da série “O que não te contaram sobre as eleições em São Gonçalo”. Espero que isso ajude você a olhar adiante. E claro, seus comentários são sempre bem-vindos.

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

Oi, tudo bem? Conseguiu ler o 1º capítulo da série? Se ainda não, clique no link para não perder uma linha. Agora, vamos à segunda parte! Prepare-se para ler o que você já sabe, mas com detalhes.

“Empreguinho” à vista: a moeda de troca municipal

A frase é: “Em terra de cego, quem tem um olho só é rei”. Esse velho ditado continua fazendo sentido nos dias de hoje. Entretanto, na política brasileira o importante não é ter olhos, pelo contrário. Quanto mais se fizer de cego, mais longe irá.

Na política gonçalense não é diferente. A atual câmara de vereadores de São Gonçalo é um exemplo dessa dificuldade de enxergar a cidade a longo prazo. Aí, você me pergunta: culpa da população por escolher mal ou dos políticos por não cumprir as promessas? Os dois. Afinal, quando as promessas são “vou te arrumar um empreguinho na prefeitura”, ao invés de “vou trabalhar para remodelarmos o sistema de coleta de lixo”, talvez o político não esteja sendo tão desonesto assim. Muitos até cumprem exatamente o que prometeram para aqueles poucos eleitores que o elegeram, arrumando aqueles trabalhinhos onde basta “bater o cartão” fingindo ser funcionário.

Alguns lerão isso e pensarão: “Tá certo! Tem arrumar empreguinho pra mim, sim! Eu votei nele por isso!” Outros dirão: “Mas qual o mal nisso? Ele fez a parte dele!” Aí eu te pergunto: vale a pena discutir com essas pessoas? Se eu fosse você, não perderia meu tempo. Entretanto, esses fatos comprovam que a falta de visão é crônica e só há um remédio capaz de curá-la: melhora da economia e da infraestrutura.

Achou que eu fosse falar educação, não é? Desculpe decepcionar. Mas não é tão óbvio assim. Vou te explicar o porquê.

Visão e educação formal nem sempre estão juntas

Durante muito tempo no Brasil, poucos tinham acesso à educação superior. As carreiras eram tão limitadas quanto o número de pessoas. Ou seja, você poderia escolher entre Medicina, Direito, Engenharia e… bem, depois de formado, as opções aumentavam um pouco. Você poderia ser professor, exercer sua profissão ou partir para uma outra carreira, caindo direto na prática. Era assim com o jornalismo, por exemplo.

Outro caminho se dava nas forças armadas. Não à toa, tivemos tanta influência dos militares no governo, o que culminou no golpe de 64. Sim, se você deixar seu preconceito no armário, vai ver que muitos militares também eram pensadores, homens inteligentes que, da foram deles, pensaram boa parte desse país que hoje temos.

Só que muita coisa mudou da metade do século para cá. Inclusive o acesso à educação. Com mais gente, consequentemente, não conseguimos formar os professores necessários, nem amadurecer o pensamento. Houve problemas? Sim. Mesmo assim, com as políticas de inclusão, conseguimos aumentar o número de pessoas com diploma na mão, especialmente com ensino superior. Porém, essas pessoas também caíram na armadilha do “eu tenho diploma e sou melhor que você.” Aí, no momento que nós deveríamos puxar os irmãos para o caminho da luz, com mais educação e informação, viramos as costas, no melhor estilo “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

Ou seja, toda aquela “educação” não serviu muito para ampliar os horizontes, só para alimentar o seu próprio orgulho em ser “alguém” na sociedade. E para onde foi a sua visão de mundo? Para o seu próprio umbigo.

Visão econômica nos dá condições de melhorar

A falta de visão política emperra quando o assunto é economia e infraestrutura. Motivo? Preguiça! Estudar os problemas e como resolvê-los dá trabalho. Essa falta de visão coletiva força os políticos a manterem-se “cegos”, gritando “SAÚDE, EDUCAÇÃO e SEGURANÇA” em todos os lugares possíveis. Eles sabem que a população é desamparada, preferindo vender promessas a explicar como sair disso.

Quando falamos de infraestrutura então… quantos deles sabem ao certo quais os processos necessários para melhorar os serviços públicos? O mais fácil é colocar a culpa em alguém. Ninguém quer liderar “essa bagunça que aí está”.

Portanto, se você quer ser político, é melhor começar a se inteirar mais sobre as questões licitatórias, audiências públicas e regulação dos serviços. Sem isso, não irá sair do lugar.

Falta de ambição: fechando a mente com chave de ouro

Numa cidade com “mais de 1 milhão de habitantes”, é uma pena ter políticos locais tão tristes, que não consigam enxergar sua “carreira política” indo além de uma cadeira de vereador ou deputado. Qualquer um sabe que São Gonçalo não está isolada no mundo, pelo contrário. Com mais de 11 milhões de pessoas, fazemos parte de uma das maiores regiões metropolitanas do mundo, o que não justifica não ocuparmos as instâncias maiores de governo. Não temos força na representação das decisões mais importantes do estado e do país. Uma prova disso é ver que a linha 4 do metrô saiu antes da linha 3.

Assim fechamos com “chave-de-ouro” esse capítulo da série “O que não te contaram sobre as eleições em São Gonçalo”. Espero que isso ajude você a olhar adiante. E claro, seus comentários são sempre bem-vindos.

Matheus Graciano
Matheus Gracianohttps://www.matheusgraciano.com.br
Matheus Graciano é o criador do SIM São Gonçalo, onde fez o meio de campo da revista eletrônica de 2012 a 2020. É designer que programa, escreve e planeja. Trabalha na Caffifa Agência e Consultoria Digital.

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