A movimentação para as eleições já começou. Como em todo início de ano par, os futuros candidatos começam a se articular das formas mais variadas possíveis. Alguns daquele jeito bem bizarro, com faixas ou adesivos dizendo “FULANO VEM AÍ”. Outros apertando o máximo de mãos possíveis, de enterro de cachorro à aniversário de criança. Alguns, mais “modernos”, se posicionam sobre todos os temas, em todas as páginas, de todas as redes sociais possíveis. No final, cada um se arruma como pode.
Como este ano é dedicado às eleições municipais, vamos falar do cargo mais caro e ingrato para se eleger: VEREADOR. Apesar de nunca ter me candidatado a cargos eletivos, posso dizer que sei um pouquinho sobre marketing eleitoral. Por isso, gostaria de avisar aos novos concorrentes que o vereador amigo do bairro morreu. Sim, como diz o “Nerso da Capitinga”: MÓRRÉU!
Calma, gente! Ninguém matou não. Ainda bem! A verdade é que está cada vez mais difícil de contar a historinha “vou lutar pelo meu bairro”. Até porque, isso não é algo muito claro, uma vez que os problemas perpassam a cidade, em regiões bem maiores que a “minha rua”.
O processo é lento. Mas as pessoas estão deixando de buscar “alguém que resolva”, para achar “como e onde se resolve”. Por exemplo: se o serviço de iluminação pública não funciona, você não precisa do vereador, mas sim do órgão que resolve isso. Imagina se tivéssemos que falar com o “vereador amigo do bairro” a cada problema que aparecesse? Uma hora, perceberíamos que mais do que eleitores, seríamos reféns. Sem direito a resgate.
Infelizmente, os que foram eleitos nas eleições anteriores tendem a se manter no poder. Neste caso, o “vereador amigo” não é mais tão amigo do bairro assim… ele é parceiro de meia-dúzia de pessoas para quem arrumou emprego na prefeitura. A solução para acabar com isso é simples: Concursos públicos, de preferência aqueles que selecionam para contratação sob as normas da CLT, evitando o inchaço do fundo de pensão municipal, que sofrerá bastante daqui a poucos anos.
Como digo e repito, evitem falar “SAÚDE E EDUCAÇÃO” em vão. É a coisa mais tola a se fazer. Todos querem isso, é óbvio! Mas só será possível trabalhar para essas questões se vocês souberem exatamente onde moram os problemas e as possíveis soluções para consertar o sistema. E, por favor: não me venham falar em “aumentar o salário” desconhecendo as finanças municipais. Desculpem, mas ninguém mais acredita em promessas como estas.
Candidatos a vereador, compreendam: “O AMIGO DO BAIRRO MORREU”. Campanhas não se fazem nos 6 meses anteriores às eleições. Agora é apenas a reta final. Aos mais preparados, mostrem conteúdo e qualidade nas argumentações, apresentem suas ideias com dados comprovados sobre nossa região. Aquela época de falar besteira não existe mais. Nem seus puxa-sacos baterão palmas. Hoje, se você fala algo errado no palanque, 10 segundos depois, alguém já está buscando no Google. E a sua reputação vai para o buraco em milésimos.
Se você ficou perdido, aqui vai um segredo: tente ser “amigo da cidade”. Pode funcionar melhor.
Matheus, estou lendo esse texto agora, decorridos mais ou menos 10 meses após ter escrito. E posso dizer que ainda não vi nada mais contemporâneo e moderno, pra não dizer previsível para o futuro. Passado o 1° turno da eleição, o que percebemos é que a classe política da nossa cidade continua praticamente a mesma. Com algumas poucas reservas a se fazer, mas essencialmente a mesma…Quero também parabenizar pelo canal. Já estava desacreditado de achar pessoas que se importam de verdade com São Gonçalo, mas depois de conhecer melhoro serviço que você presta, passei a alimentar uma pequena esperança no futuro!
Oi, Wescley.
Infelizmente, o que temíamos acabou acontecendo: esses vereadores que se importam mais com as benesses individuais ganharam, em detrimento daqueles que desejam pensar a cidade.
Os candidatos gostam muito de falar sobre renovação, mudança, mas na verdade, quem as promove somos nós, cidadãos.
Obrigado por estar com a gente aqui no SIM São Gonçalo. 😉
[…] Os políticos ‘donos de bairro’ são conhecidos como salvadores. São eles os responsáveis por promover festas, fazer pequenos reparos, tapar buracos, recolher entulhos e, claro, dar empregos. Afinal, quem não conhece alguém que arrumou emprego falando com alguma figura pública do bairro? Essas pessoas exercem uma enorme influência na vida social do bairro. […]