Normalmente as ruas residenciais gonçalenses são mal iluminadas, não têm saneamento básico nem asfalto e estão repletas de lixo nas esquinas. A rua onde moro não é diferente.
Graças à incompetência da administração municipal, há meses três postes da minha rua estão com as lâmpadas queimadas; como ficam no mesmo trecho, o local se tornou verdadeira passagem para o inferno, onde assaltos a mão armada são frequentes, idosas já foram espancadas e famílias tiveram o carro roubado, depois de serem violentamente expulsas do veículo.
Como não recebeu saneamento básico adequado, algumas manilhas da rua estão expostas, sujeitas a danos e entupimentos, tornando o vazamento de esgoto problema comum. Diante das valas negras, pedestres não caminham, saltam de um lado para o outro e crianças convivem com a sujeira enquanto brincam.
Asfalto não há, alguns trechos da rua foram concretados por moradores, com a ajuda interesseira de candidatos ao cargo de vereador. A rede hidráulica, tão exposta quanto a rede de esgotos, não recebe qualquer manutenção da CEDAE quando quebra sob o peso dos automóveis. São os moradores que colocam a mão na “massa” e a consertam.
A Ampla, por sua vez, instalou novos postes de concreto mas não removeu os velhos postes de madeira, que ameaçam cair. Com isso, em cada ponto da rua existem dois postes, um de madeira e outro de concreto. Este descaso criou uma obra surrealista bizarra, visualmente poluída e perigosa; a fiação elétrica e telefônica foi largada embolada nesses postes duplos, pendente em alguns intervalos, ameaçando a vida das pessoas.
Como ameaça a falta de calçada em diversos trechos tomados pelo mato. Quando os carros passam, o pedestre precisa se espremer entre a rua e o matagal para não ser atropelado.
Se a Prefeitura me dissesse que a rua onde moro será asfaltada daqui a 10 anos, eu pularia de alegria. Mas não há previsão, nem esperança, porque até hoje nenhum governo gonçalense jamais planejou suas ações. O que vemos da janela não é uma cidade, mas um grande camelódromo, sujo e desorganizado, cercado por ruas esburacadas como a minha.