Mês passado, o prefeito de São Gonçalo, Neilton Mulim, mentiu no seu primeiro programa eleitoral exibido na TV. Disse que a passagem de ônibus a R$ 1,50 foi rejeitada por cinco vereadores. Tal proposta nunca existiu. Ontem (09/09) o programa de Mulim exibiu um sistema de saúde impecável e gonçalenses felizes com sua gestão. Outra mentira. O sistema municipal de saúde é decadente e apenas 9% dos eleitores acreditam que a cidade melhorou (Ágora Pesquisa).
Escrevo um artigo por semana sobre São Gonçalo. Felizmente a Justiça Eleitoral age mais rápido e em quatro dias úteis penalizou Mulim pela falácia. A propaganda foi retirada do ar e os vereadores caluniados ganharam direito de resposta. Quando publicou esta notícia, o Jornal Extra atribuiu diretamente o verbo “mentir” ao prefeito de São Gonçalo.
Ao começar sua campanha citando a jamais cumprida redução da passagem, faltou pouco para Mulim prometê-la de novo. Ele teve a audácia de manipular informações e imagens, induzindo o eleitor a erro, usando a mesma mentira que lhe rendeu o primeiro mandato.
Mulim age como um adolescente travesso que mente para seus pais. Diz que foi à escola, mas seus pés estão sujos de terra do campinho de futebol de várzea. Mostrar na TV uma clínica nova, recém-inaugurada, não representa a realidade da Saúde. Para entrar no Pronto Socorro Central, no bairro Zé Garoto, o cidadão pula sobre guimbas de cigarro e pedaços de algodão jogados na porta. Também na entrada, o ar-condicionado pinga sobre a fiação elétrica exposta.
No Pronto Socorro de Alcântara, o paciente espera horas pelo atendimento em um espaço deprimente que parece a sala de visitas de uma penitenciária. A construção da Policlínica do Vila Três está atrasada há anos e gastando milhões a mais do que o previsto. Para fingir que está pronta e funcionando antes das eleições, o prédio foi pintado de azul às pressas. Um lixo de aplicativo que ninguém usa, chamado Saude.com, foi criado sabe-se lá com qual intuito porque o cidadão não foi beneficiado. Essa é a realidade da Saúde.
A atração de Neilton pela falsidade é incurável. E se fortaleceu no momento em que sentiu que pode perder nas urnas São Gonçalo, vítima da pequenez de sua gestão. O prefeito não pensa em largar o poder e libertar a cidade, embora 71% dos gonçalenses rejeitem totalmente votar nele.