A história dos trens em São Gonçalo é uma viagem fascinante pela história ferroviária do estado do Rio de Janeiro. Inaugurada em 25 de novembro de 1888, a estação de Virajaba, originalmente chamada de Rio do Ouro, e também conhecida como Serra, foi um marco importante na E. F. Maricá/Ramal de Cabo Frio.
Lista de Estações por ordem
- Neves (São Gonçalo)
- São Gonçalo
- Rocha
- Mutondo
- Alcântara
- Olympio
- Barracão
- Sacramento
- Santa Isabel (São Gonçalo)
- Rio d’Ouro
- Inohan (Inoã)
- Maricá
- Manuel Ribeiro
- Nilo Peçanha
- Mato Grosso
- Bacaxá (Saquarema)
- Ponte dos Leites
- Araruama
- Iguaba Grande
Este conteúdo é um resumo do site Estações Ferroviárias do Brasil, que contém a história de muitas das ferrovias construídas no Brasil nos séculos XIX e XX, contando a trajetória das que ainda existem e das que já foram desmobilizadas. Em São Gonçalo, por exemplo, hoje são apenas lembranças nos nomes dos bairros, cujos trajetos são estradas de transporte rodoviário.
A E. F. Maricá teve seu primeiro trecho aberto em 1888, ligando as estações de Alcântara e Rio do Ouro. Em 1889, a linha chegou a Itapeba. Somente em 1894, à Maricá. Em 1901, a linha chegou a Manuel Ribeiro. Nilo Peçanha, então Presidente da Província do Rio e também da República, conseguiu a união da linha com a Leopoldina na estação de Neves, construída para esse entroncamento. Do outro lado, prolongou a linha até Iguaba Grande, região dos Lagos.
Em 1912, o capital dos empresários da região acabou e a linha foi vendida à empresa francesa Com. Generale aux Chemins de Fer1. Em 1933, o Governo Federal encampou a ferrovia e a prolongou, em 1936, até Cabo Frio, onde se embarcava sal das salinas das praias. Em 1943, a E. F. Maricá foi passada para a Central do Brasil. Em fins dos anos 1950, passou para a Leopoldina.
Os trens passaram a sair da estação de General Dutra, em Niterói, entrando no ramal em Neves. Em janeiro de 1962, o trecho Maricá – Cabo Frio foi parado. Em 1964, parou também o trecho Virajaba – Maricá. Em 1965, somente seguiam trens de subúrbio ligando Niterói a Virajaba, com o resto do ramal já desativado1. A ferrovia foi finalmente erradicada em 31/01/1961.
As paradas do trem não eram, necessariamente, estações. Ainda é possível ver algumas em São Gonçalo, plataformas de concreto que permitiam às pessoas tomarem o trem assim que ele parasse. Muitas delas eram bem simples, sem cobertura, nem sinalizações. A seguir, a lista das paradas nas quais o trem que ligava à Região dos Lagos fazia suas pausas (considerando o trajeto Neves – Iguaba Grande):
- Rocha
- Mutondo
- Barracão
- Salvatori
- Barreto
- São José
- Buriche
- Itapeba
- Camburí
- Bom Jardim
A estação de Virajaba foi também a estação terminal de um trem de subúrbio que partia de Niterói a partir pelo menos de novembro de 1964 até pelo menos outubro de 1965, quando o restante da linha, para além da estação, já estava desativada1. O prédio ainda existia, bem como uma caixa d’água, e servia como bar e moradia, segundo relatos de 20081.
A história da estação de Virajaba é um testemunho do desenvolvimento e eventual declínio econômico e, consequentemente, da ferrovia no estado do Rio de Janeiro no início da segunda metade do século XX. Embora a estação não esteja mais em operação, nem a ferrovia, tampouco suas estações oficiais, a história continua viva, nos lembrando de um tempo em que os trens eram o principal meio de transporte no Brasil.
Para saber mais sobre outras estações de São Gonçalo, confira o site Mobilidade Fluminense, que também conta com informações sobre os outros trens da cidade.
Fonte: Estações Ferroviárias, criada por Ralph Mennucci Giesbrecht.