A Livraria Ler e Arte, hoje, também conhecida como uma das últimas livrarias de São Gonçalo. Criada e gerida por Virgínia Siqueira, há 16 anos, é mais um exemplo de pequeno negócio que luta para resistir à crise. Tanto a editorial, quanto a crise da Covid-19.
Visitar a Ler e Arte, essa semana, foi ter contato com a face mais difícil desse momento, que é a geração de negócios e empregos. Do início da pandemia até agora, cerca de 3% das micro e pequenas empresas fecharam as portas. Índice que a Ler e Arte quase fez parte, não fosse a mobilização de Érick Bernardes e Mário Lima Jr. para levar mais leitores ao lugar, o que foi vital para continuar.
Todos os negócios estão passando por transformações profundas em um curto espaço de tempo. E a próxima década será desafiadora para todos. E por mais pró-mercado que sejamos, penso que o poder público precisa estar mais atento, compreendendo as dinâmicas econômicas de cada bairro, para a geração e manutenção dos negócios.
No Brasil, apesar de 99% das empresas serem micro e pequenas empresas, responsáveis por 50% dos empregos formais, na prática, sua participação no PIB é de quase 30%. Enquanto a média mundial é de 45%, segundo Carlos Melles, presidente do Sebrae.
Se um dia São Gonçalo foi a “Manchester Fluminense” por conta das indústrias que atraiu, hoje seu compromisso deveria ser com as micro e pequenas empresas. No cenário de desindustrialização atual, é fundamental repensar o foco, olhar para as oportunidades internas, para manter a cidade ativa e com potencial de crescimento futuro.